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"Lava Jato continua forte", diz Galloro ao tomar posse como diretor-geral da PF

Rogério Galloro toma posse como diretor-geral da PF e é cumprimentado por Jungmann - Pedro Ladeira/Folhapress
Rogério Galloro toma posse como diretor-geral da PF e é cumprimentado por Jungmann Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

02/03/2018 11h37Atualizada em 02/03/2018 18h54

O delegado Rogério Galloro afirmou nesta sexta-feira (2), em sua cerimônia de posse como diretor-geral da Polícia Federal, que a operação Lava Jato “continua forte”.

Até então secretário nacional de Justiça, Galloro substitui Fernando Segovia, que ficou pouco mais de três meses no cargo. Segovia foi demitido da direção-geral na última terça (27) pelo titular do recém-criado Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, a quem a corporação agora é subordinada.

Galloro afirmou que a Polícia Federal alcançou conquistas “marcantes” nos últimos anos e serão “indeléveis” na história da corporação.

“Não faria sentido eu adotar postura adversa à que tenho seguido. A Lava Jato continua forte. A equipe do GinQ [grupo dedicado a inquéritos envolvendo políticos no STF] continua íntegra. E, desde já, reafirmo o compromisso do ministro Jungmann de reforçar essa equipe”, afirmou.

Apesar de falar em reforço, o novo diretor-geral não especificou como ou quando a principal operação da Polícia Federal de combate à corrupção será reforçada. Na quarta (28), após tomar posse na nova pasta, Jungmann já havia afirmado que Galloro terá apoio para dar continuidade à Lava Jato e indicou a intenção de ampliar o número de policiais federais e rodoviários sem, no entanto, detalhar a execução.

Em discurso, Galloro elogiou o trabalho de Jungmann e o do ministro da Justiça, Torquato Jardim. Ele afirmou que os três meses cem que atuou como secretário nacional de Justiça, subordinado a Torquato, foi um período intenso, mas “suficiente para constatar o respeito e credibilidade de que vossa Excelência desfruta no país”, falou.

Galloro lembrou de sua carreira e citou o antecessor de Segovia no cargo, Leandro Daiello – aposentado, mas presente à cerimônia – a quem chamou de amigo desde o primeiro dia na Polícia Federal. O novo diretor falou que a Polícia Federal ainda ostenta “larga aprovação popular”.

Para o futuro da PF, disse ser necessário aprofundar a integração entre órgãos do governo contra o crime organizado, mas que este “não é e não será mais forte do que o Estado brasileiro” nem “vencerá”. Como exemplos, citou a atuação da polícia na segurança da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e na Olimpíada e Paralimpíada no Rio, em 2016.

Jungmann reforçou que a criação do Ministério da Segurança Pública é uma “imposição da realidade” e disse ver na crise uma oportunidade desde que se saiba o caminho a tomar. “Dias melhores virão”, falou, atribuindo a frase ao diretor de cinema Cacá Diegues.

Embora o Planalto justifique a troca dizendo que Jungmann tinha liberdade para determinar a própria equipe, a troca de Segovia por Galloro foi vista como necessária após desgastes. Recentemente, Segovia afirmou em entrevista que o inquérito dos Portos – que investiga o envolvimento do presidente da República, Michel Temer (MDB), entre outros, em suposto esquema de corrupção com empresas atuantes no porto de Santos (SP) – tenderia a ser arquivado e não havia provas de crimes.

A declaração fez o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do caso na Corte, Luís Roberto Barroso, intimar Segovia a dar explicações, enquanto a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, chegou a sugerir o afastamento do ex-diretor.

Ao contrário da posse de Segovia, Temer não compareceu à de Galloro. O presidente viajou pela manhã para Sorocaba, em São Paulo, para a entrega de ambulâncias novas na cidade.

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