Barroso manda investigar se houve vazamento para defesa de Temer em inquérito dos Portos
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso determinou que seja investigado o suposto vazamento para a defesa do presidente Michel Temer (MDB) de informações sobre a decisão dele de determinar a quebra do sigilo bancário do presidente.
Em decisão desta terça-feira (6), Barroso afirma que, ao pedir acesso à decisão de quebra do sigilo, a defesa de Temer fez referências a dados do processo que são sigilosos e não deveriam ser conhecidos pela defesa neste momento.
"Verifico que a petição apresentada pela ilustre defesa do Excelentíssimo Senhor Presidente da República revela conhecimento até mesmo dos números de autuação que teriam recebido procedimentos de investigação absolutamente sigilosos", escreveu na decisão.
"Diante de novo vazamento, determino seja incluída na investigação –-cuja abertura foi por mim determinada neste inquérito, no despacho de 27.02.2018-–, a apuração das responsabilidades cabíveis", decidiu o ministro.
A determinação da quebra do sigilo de Temer foi autorizada por Barroso com base em pedido da Polícia Federal e abrange o período de 2013 a 2017.
Neste inquérito, o presidente é investigado por suspeitas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A investigação tem o objetivo de descobrir se ele recebeu propina para beneficiar empresas do setor portuário.
Após ser tornada pública a decisão sobre a quebra do sigilo, revelada pela revista "Veja", o Planalto informou que Temer irá tornar públicos seus extratos bancários e dará acesso à imprensa aos documentos.
A defesa do presidente tem negado qualquer irregularidade.
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