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STF nega arquivamento e prorroga inquérito contra Temer por mais 60 dias

Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo
Imagem: Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

07/05/2018 17h19Atualizada em 07/05/2018 17h26

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso decidiu nesta segunda-feira (7) prorrogar por mais 60 dias o inquérito contra o presidente Michel Temer (MDB). Um dos focos da investigação é um decreto sobre o setor portuário editado por Temer.

O pedido de prorrogação havia partido da Polícia Federal e da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Na decisão, Barroso também rejeitou o pedido da defesa de Temer para que o inquérito fosse arquivado. O ministro afirmou ser necessário aguardar a conclusão das investigações.

As suspeitas contra Temer foram levantadas a partir da delação da JBS. O inquérito no STF foi aberto em setembro do ano passado.

O presidente tem negado a prática de qualquer irregularidade. O UOL entrou em contato com a Presidência da República para obter um posicionamento quanto à decisão de Barroso e aguarda retorno.

Possível terceira denúncia

Em entrevista à rede NBR veiculada na última sexta-feira, Temer foi questionado sobre uma eventual terceira denúncia contra ele por parte da PGR, que seria resultante do inquérito dos portos. Ele chamou as duas denúncias já em suspenso pela Câmara dos Deputados de “pífias” e disse que uma terceira seria “mais pífia” ainda.

“Ela [a eventual terceira denúncia] é uma mera hipótese, fala-se nisso para tentar desvalorizar o governo. Ela não tem a menor possibilidade de prosperar, eu diria que é mais pífia, de menor dimensão até do que as denúncias anteriores”, rebateu.

“Claro que não tenho nenhuma preocupação. Há apenas uma campanha deliberada para ‘ah, pode vir uma terceira denúncia etc’. Isso é para tentar enfraquecer o governo. Se nós resistimos até hoje, imagina se não pode resistir a quatro, cinco, seis meses”, falou.

Na quinta-feira (3), a psicóloga Maristela Temer, filha do presidente, prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de quatro horas.

A polícia trabalha com a suspeita de que Temer tenha usado obras em residências de parentes e transações imobiliárias em nome de terceiros para lavar dinheiro de propina.

O advogado de Maristela, Fernando Castelo Branco, afirmou que ela respondeu a todas as perguntas de modo "elucidativo" e que a filha de Temer "continua disposta a colaborar com as investigações".

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