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Filha de Temer depõe à PF por cerca de quatro horas

Segundo advogado, Maristela respondeu a todas as perguntas em um depoimento "elucidativo" - Mastrangelo Reino/Folhapress
Segundo advogado, Maristela respondeu a todas as perguntas em um depoimento "elucidativo" Imagem: Mastrangelo Reino/Folhapress

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

03/05/2018 15h25Atualizada em 03/05/2018 16h13

A psicóloga Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer (MDB), prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (3) no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por cerca de quatro horas. Nem ela nem seu advogado, Fernando Castelo Branco, falaram com a imprensa no local.

Após deixar a PF, seu advogado disse, por meio de mensagem, que Maristela respondeu a todas as perguntas dos policiais, em um depoimento "elucidativo". Em nota, ele disse que a filha de Temer "continua disposta a colaborar com as investigações".

A PF trabalha com a suspeita de que Temer tenha usado obras em residências de parentes e transações imobiliárias em nome de terceiros para lavar dinheiro de propina. O presidente nega as acusações (leia mais abaixo).

A filha de Temer foi chamada a depor na investigação sobre supostas irregularidades envolvendo uma reforma em sua casa em 2014.

Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, naquele ano, Temer teria recebido ao menos R$ 2 milhões em propina por meio do coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente, de acordo com delações de funcionário da JBS.

Lima chegou a ficar preso por dois dias na Operação Skala, no fim de março, quando prestou depoimento à PF. No ano passado, na Operação Patmos, a PF encontrou documentos sobre a obra na casa do coronel Lima.

Em abril, a “Folha de S. Paulo” noticiou que um fornecedor declarou ter recebido pagamentos em dinheiro vivo das mãos da arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel, para cobrir uma reforma em uma casa de Maristela.

Temer disse apenas: "Registre o meu sorriso." - Joel Silva / Folhapress - Joel Silva / Folhapress
Hoje, quando questionado pela imprensa sobre o depoimento da filha, Temer disse apenas: "Registre o meu sorriso."
Imagem: Joel Silva / Folhapress

Florisvaldo Oliveira, ex-funcionário da JBS, disse em acordo de delação premiada que entregou R$ 1 milhão ao coronel Lima em 2014 como parte de um total de R$ 15 milhões para a campanha daquele ano. O valor teria sido acertado com Temer. Outro delator da JBS, Ricardo Saud, afirmou ter ordenado a entrega do dinheiro.

Defesa de Temer nega irregularidades

A defesa de Temer diz que as transações imobiliárias são legais e compatíveis com seus rendimentos.

Na semana passada, após a intimação de Maristela, o presidente disse ser alvo de uma "perseguição criminosa disfarçada de investigação".

Hoje, quando questionado pela imprensa sobre o depoimento da filha, Temer disse apenas: "Registre o meu sorriso."

No domingo (29), foi cancelada a viagem que Temer faria ao Sudeste Asiático a partir de sábado (5).Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, o "adiamento" ocorreu apenas por causa do "calendário eleitoral", e não tem relação com as investigações.

A defesa de coronel Lima e Maria Rita nega que eles tenham cometido irregularidades. Até o momento, nem Maristela, nem seu advogado comentaram a investigação.

Temer diz que investigação da PF é perseguição criminosa

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