Topo

Maior bancada da Alesp, PSL será neutro em relação a governo Doria

9.nov.2018 - Senador eleito Major Olimpio (PSL) cumprimenta deputada eleita Janaina Paschoal (PSL) - Guilherme Mazieiro/UOL
9.nov.2018 - Senador eleito Major Olimpio (PSL) cumprimenta deputada eleita Janaina Paschoal (PSL) Imagem: Guilherme Mazieiro/UOL

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

09/11/2018 18h42

O PSL, partido que elegeu 15 deputados e terá a maior bancada na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), se manterá neutro em relação ao futuro governo João Doria (PSDB). O coordenador do PSL paulista, senador eleito Major Olimpio, afirmou que os deputados terão autonomia para decidir a melhor posição no governo.

A Alesp tem 94 cadeiras e a nova configuração - que assumirá a Legislatura em 15 de março – já tem uma divisão em blocos de atuação parlamentar. A base da coligação de Doria conta com 27 cadeiras (DEM, PP, PSD, PSDB e PRB) e pode receber apoio dos 4 deputados do Podemos e 2 do PTB, que estavam na coligação do atual governador Márcio França (PSB).

Major Olimpio declarou que “institucionalmente” tem que apoiar o futuro governo João Doria (PSDB). Durante a campanha eleitoral, Olímpio – que é braço direito do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) - apoiou Márcio França (PSB) e bateu de frente com o tucano, levando consigo deputados estaduais eleitos pela sigla. “Institucionalmente eu tenho que apoiar o estado em todas as iniciativas, é isso. A campanha acabou. Agora temos a questão do que ele representa e do que eu represento”, disse Olímpio ao UOL, nesta sexta-feira (9).

O coronel considerou que a aproximação entre o Bolsonaro e Doria deve se dar de maneira natural, já que as eleições terminaram e o estado de São Paulo tem grande relevância econômica. “O estado de São Paulo é o carro chefe do Brasil e da economia. O presidente da República e o governador precisam estar alinhados. O que é bom para São Paulo é bom para o Brasil”, declarou.

Ele também disse que não há interferências ou indicações da equipe de Jair Bolsonaro no secretariado de Doria. “Se o Bolsonaro está dizendo que não faz toma-lá-dá-cá, porque ele iria exigir, ou vai pedir ou vai propor [nomes para o governo]?”, questionou.

Leia também:

Janaina Paschoal disputará presidência da Alesp

A deputada Janaina Paschoal, mais votada para o cargo com 2 milhões de votos, reafirmou que fez reuniões internas na sigla e será candidata à Presidência da Casa. Em caso de derrota, ela disse que se manterá na liderança da bancada.

“Por um lado, pode ser até bom ficar na liderança, para ter mais tempo de fala no plenário. Mas nós temos uma posição de independência e mantenho interesse na minha candidatura pela presidência [da Assembleia]”, disse nesta sexta-feira (9), durante evento público na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, na capital paulista.

“Independência não significa ser contra. Significa você ter autonomia de analisar os projetos e votar o que entender ser melhor para a população do estado de São Paulo. E é isso que nós vamos fazer”, disse Janaina.

Nos bastidores da Alesp três nomes se movimentam para o posto máximo da Casa. O atual presidente, Cauê Macris (PSDB), Edmir Cheddid (DEM) e Janaína Paschoal. Os dois adversários de Janaina já atuam no parlamento paulista e tentam se viabilizar junto ao governo Doria e aos demais partidos da Casa.

A bancada de oposição deve ser composta pelos 10 nomes do PT, quatro do PSOL e 1 do PCdoB. Os demais partidos ainda se organizam em composições ou em posições independentes.

As declarações aconteceram em meio a entrega de 90 medalhas para civis e militares na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, na capital paulista, nesta sexta-feira (9).

A deputada Janaina  Paschoal, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o apresentador de TV José Luiz Datena receberam a Medalha Tobias Aguiar, maior condecoração da corporação, que faz menção ao fundador da Polícia Militar de São Paulo. O evento teve presença do governador Márcio França (PSB) e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e ex-secretário de Segurança em São Paulo, Alexandre de Moraes.