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Futuro ministro de Bolsonaro, Terra fez cortes no INSS e Bolsa Família

03.jul.2018 - Deputado Osmar Terra (MDB-RS) participa de audiência na Câmara - Luis Macedo/Câmara dos Deputados
03.jul.2018 - Deputado Osmar Terra (MDB-RS) participa de audiência na Câmara Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Guilherme Mazieiro

do UOL, em São Paulo

28/11/2018 18h31Atualizada em 28/11/2018 21h56

O futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), 68, anunciado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) promoveu cortes em benefícios sociais sob a justificativa de economia dos gastos públicos na área. Durante sua gestão no Ministério do Desenvolvimento Social, no governo Michel Temer (MDB), o INSS cancelou 85 mil auxílios-doença e cortou 4,4 milhões de famílias do Bolsa Família.

À época, o ministro justificou que o "pente-fino" era uma medida para analisar se pessoas que não se enquadravam mais nos critérios dos programas sociais continuavam sendo beneficiadas pelo governo. Quando deixou o governo Temer, Terra disse que sua gestão ficaria marcada pela "eficiência econômica" e que as revisões em benefícios sociais renderam economia de R$ 7 bilhões aos cofres públicos.

O emedebista foi convocado por deputados para dar esclarecimentos sobre os cortes sociais em uma audiência pública da Comissão de Legislação Participativa da Câmara, em outubro de 2017. Ele foi criticado por parlamentares da oposição por tratar gastos sociais como "despesa". Naquela sessão, o ministro se defendeu e disse que "na prática, a grande reforma fiscal que está acontecendo no país está sendo feita pelo Ministério do Desenvolvimento Social". 

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Terra chefiou o Ministério do Desenvolvimento Social entre maio de 2016 e abril deste ano, quando deixou o cargo para concorrer à reeleição na Câmara. No parlamento ele exerce mandatos consecutivos desde 1999. O político se reelegeu no pleito deste ano com 86.305 votos. Além de deputado, ele já foi prefeito de Santa Rosa (RS) entre 1993 e 1996, e secretário da Saúde do Rio Grande do Sul entre 2003 e 2010.

O Ministério da Cidadania sob chefia do ministro anunciado responderá também pelos atuais ministérios do Esporte, da Cultura e do Desenvolvimento Social, que serão unificados.

A pasta da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas), atualmente vinculada ao Ministério da Justiça, também estará a cargo de Terra. O futuro ministro tem uma visão contra a liberação da maconha e visão crítica sobre o uso. Em entrevista ao portal Poder360, nesta semana, disse que quem defende o uso medicinal da planta "demonstra um profundo desconhecimento".

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Osmar Terra utiliza o Twitter para fazer postagens contra o uso de maconha e com críticas ao PT e políticos da sigla, como Dilma Rousseff e Fernando Haddad.

Seu nome no futuro governo Bolsonaro é uma indicação de diferentes frentes parlamentares do Congresso, como a da assistência social, de deficientes físicos, idosos e doenças raras. Ele é o primeiro político do MDB anunciado no governo Bolsonaro.

Osmar Terra formou-se em medicina pela UFRJ e fez especialização em Saúde Perinatal, Educação e Desenvolvimento do Bebê pela UnB (Universidade de Brasília). Na política, o futuro ministro é filiado ao MDB, no Rio Grande do Sul, desde 1986.