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Futuro comandante do GSI, general defende Abin: "não tem muito o que mexer"

General Augusto Heleno (à esq.) em evento com Bolsonaro em novembro -  FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
General Augusto Heleno (à esq.) em evento com Bolsonaro em novembro Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

03/12/2018 12h47

O futuro ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), general da reserva Augusto Heleno, defendeu nesta segunda-feira (3) poucas mudanças de pessoal na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A agência é subordinada à pasta e chegou a ser criticada por Bolsonaro em julho deste ano pela atuação durante a crise da greve dos caminhoneiros.

Segundo Heleno, mudanças na gestão da Abin, assim como no Ministério da Defesa, não são comuns e o momento é de estudar a atual composição do GSI. Em sua avaliação, o mais importante é o titular da pasta ser próximo ao presidente da República.

“Não tem também muita coisa para mexer [na Abin]. Hoje vocês viram aí o prestígio do GSI, as inúmeras missões, a necessidade da proximidade do GSI com o presidente. Isso me preocupa muito mais do que mexer em gente. Não tenho por que pensar nisso agora. Preciso ter mais contato [com os atuais integrantes da pasta]. Mas não é muito normal. Essas mexidas não são muito normais. O GSI, como o Ministério da Defesa, são dois ministérios que já vinham bastante arrumados. Não tem muito o que se preocupar em mexer com gente”, declarou.

O atual presidente, Michel Temer (MDB), parte dos ministros do governo e a alta cúpula militar participaram nesta segunda de evento em comemoração aos 80 anos do GSI. O GSI tem status de ministério, é vinculado à Presidência e foi criado em 1938 para assessorar o presidente em questões pertinentes à segurança nacional. O órgão chegou a ser extinto em 2015, mas foi recriado por Temer em maio de 2016, quando assumiu o Planalto após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Atualmente, o GSI é comandado pelo general da reserva do Exército Sergio Etchegoyen. Em discurso, Temer afirmou que Etchegoyen foi mais do que o ministro do GSI, sendo também um conselheiro em temas além da segurança nacional.

Questionado se seguirá o mesmo caminho que Etchegoyen no cargo perante Jair Bolsonaro, Heleno afirmou esperar que sim, mas brincou: “sei lá. Você acha que eu posso aconselhá-lo? Se puder, vou aconselhar. Não garanto”.