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OEA lamenta saída de Wyllys do Brasil: 'Único parlamentar LGBT do país'

Jean Wyllys anunciou nesta quinta-feira (24) que vai deixar o país e abdicar de seu mandato como deputado - Divulgação / Diego Bresani
Jean Wyllys anunciou nesta quinta-feira (24) que vai deixar o país e abdicar de seu mandato como deputado Imagem: Divulgação / Diego Bresani

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

24/01/2019 20h02

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (CIDH), lamentou nesta quinta-feira (24), por meio de suas redes sociais, a saída do país do deputado federal Jean Wyllys (PSOL). Com medo de ameaças, ele desistiu do terceiro mandato parlamentar que assumiria em fevereiro.

"A CIDH lamenta profundamente que o deputado federal @jeanwyllys_real tenha que deixar #Brasil. O único parlamentar LGBTI do país é o beneficiário de medidas cautelares do #CIDH para a proteção de sua integridade física e sua vida", escreveu a chilena Antonia Urrejola, comissária da Assembleia Geral da OEA. 

No fim do ano passado, a CIDH havia cobrado responsabilidade do Estado brasileiro em relação à segurança de Wyllys. 

Outras manifestações

Durante a tarde desta quinta (24), vários políticos publicaram mensagens de apoio e críticas ao deputado do PSOL. As mensagens negativas em relação a Wyllys vieram, quase que em sua totalidade, de parlamentares do Partido Social Liberal (PSL) -- o mesmo do presidente Jair Bolsonaro.

A deputada Maria do Rosário (PT) foi uma das que prestou solidariedade a Wyllys. "Caro @jeanwyllys_real. Me emociono p/ vc, irmão, por nós, pelo q acreditamos.
Onde estiver, seu olhar será p/ lutas aqui. E vamos de conseguir impedir o fascismo de nos matar, mesmo q a voz de Elis grite q 'Eles venceram, e o sinal está fechado pra nós', escreveu em seu Twitter.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, assinou um texto em nome da bancada do partido prestando solidariedade a Wyllys. "Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, expresso a nossa total solidariedade ao deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), diante do anúncio da sua renúncia ao mandato parlamentar, seguido da saída do país, por conta de graves ameaças que tem recebido.", diz a nota. 

A ex-ministra e ex-candidata à Presidência, Marina Silva (Rede), manifestou seu apoio a Wyllys pelo Twitter. Marina fez uma referência ao ativista e seringueiro Chico Mendes, assassinado no fim dos anos 1980. "Chico Mendes sofreu deboche e foi assassinado. Marielle também. É lamentável que o deputado Jean Wyllys tenha que abrir mão do seu mandato por sofrer ameaça de morte."
 

O deputado eleito Alexandre Frota (PSL) ironizou Wyllys em seu Twitter. "Jean Willys partiu, desistiu, magoei, achei que o Deputado fosse sentar ao meu lado ... #voltajean rsrs", escreveu.