Lava Jato: Cabral é denunciado pela 29ª vez; ex-secretário também é acusado
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou pela 29ª vez o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) --ele é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-secretário de Casa Civil nos dois mandatos do seu governo, Régis Fichtner, também foi denunciado, assim como o coronel da Polícia Militar Fernando França, apontado como operador de Fichtner --ambos foram presos no mês passado.
A denúncia decorre da Operação Consigliere, um dos desmembramentos da Lava Jato no Rio. Considerado braço direito de Cabral, Fichtner é acusado de ter recebido R$ 4,9 milhões com a anuência do ex-governador.
De acordo com a denúncia, ele era figura central nos atos de corrupção do governo, valendo-se de sua habilidade jurídica para justificar a contratação de obras, alterações contratuais e a criação de itens específicos em editais de licitação.
A propina seria paga pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar, Cláudio Barbosa e Vinicius Claret. Todos firmaram acordos de colaboração premiada com a Lava Jato. Segundo a denúncia, a propina era entregue em dinheiro vivo através da transportadora de valores TransExpert.
No mês passado, Cabral admitiu, pela primeira vez, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, ter recebido propina durante o período em que foi governador do Rio. Cabral apontou Fichtner como o coordenador dos esquemas de recebimento de propina. Aos procuradores, Cabral disse estar "aliviado" ao revelar o esquema.
Preso desde novembro de 2016, Cabral soma nove condenações, cujas penas totalizam 198 anos e seis meses.
A reportagem do UOL procura as defesas de Cabral, Fichtner e França, mas ainda não obteve retorno.
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