Defesa critica denúncias contra Temer e vê contato "natural" com Moreira
A defesa do ex-presidente Michel Temer (MDB) chamou de "show de horrores" a coletiva de imprensa da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) de hoje para detalhar as duas denúncias contra ele pelo suposto esquema de corrupção envolvendo a Eletronuclear e as obras na usina de Angra 3. O ex-ministro Moreira Franco e outros 12 investigados também foram denunciados.
Para o advogado Eduardo Carnelós, as denúncias "insistem em versões fantasiosas, como a de que Temer teria ingerência nos negócios realizados por empresa que nunca lhe pertenceu". Ainda de acordo com o advogado, os documentos chegaram às mãos da imprensa antes da defesa.
A partir disso, constrói-se uma tese acusatória completamente dissociada da realidade, usando-se, inclusive, fatos que são objeto de outros feitos
advogado Eduardo Carnelós
Segundo o advogado, as acusações "não se sustentam em nenhum elemento idôneo, mas apenas em suposições e na débil palavra de delatores".
Contato com Moreira Franco
Ele criticou ainda o fato de a Lava Jato apontar que Temer e Moreira sabiam previamente da operação que os levou à prisão. Segundo as investigações, eles se falaram de madrugada, horas antes de serem detidos.
Para a defesa, a Lava Jato parte "da falsa premissa de que seria ilícito qualquer contato mantido entre Temer e Moreira Franco". Carnelós diz que a relação entre Temer e o ex-ministro - também denunciado hoje - "não tem nada de ilegal ou ilegítima".
São ambos quadros importantes do MDB, sendo Temer o seu presidente licenciado, e Moreira o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, e é absolutamente natural que mantenham contatos frequentes, sem que isso indique alguma atitude escusa. Mais uma vez, pretende-se tornar criminosa a prática política no Brasil, o que é inadmissível
advogado Eduardo Carnelós
A primeira denúncia é pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e inclui, entre outros denunciados, Moreira Franco. Leia aqui a íntegra. Já a segunda é pelos crimes de lavagem e peculato (desvio de dinheiro ou recursos públicos em benefício próprio). Leia aqui a íntegra.
Na semana passada, após a prisão de Temer, o MPF declarou que as investigações apontavam que o ex-presidente é o líder de uma organização criminosa cujo esquema dura mais de 40 anos e envolve, no total, R$ 1,8 bilhão em propinas.
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