Guedes nega crise com Bolsonaro e diz "rechaçar" hipótese de afastamento
O ministro da Economia, Paulo Guedes, divulgou nota hoje para reafirmar o seu "total compromisso com a retomada do crescimento econômico do país" e "rechaçar qualquer hipótese de que possa se afastar desse propósito".
Na prática, o comunicado tem o objetivo de negar uma eventual crise com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) após declarações polêmicas de ambos a respeito do futuro da reforma da Previdência.
Em entrevista à revista "Veja", Guedes afirmou que não tem como permanecer no governo se a proposta enviada ao Congresso virar uma "reforminha".
Em sua primeira visita ao Nordeste, hoje, Bolsonaro respondeu que abandonar o cargo é um direito do economista.
Depois, comentou que, se a reforma não for aprovada como o Executivo deseja, o país não precisará de um ministro da Economia. Disse ainda que, se isso ocorrer, Guedes "terá que ir para a praia".
"É um direito dele. Ele tem até razão, e muito né, se for uma 'reforminha'. Se não tiver a reforma, a gente não precisa mais de ministro da Economia, porque o Brasil pode entrar num caos econômico. Ele vai ter que ir para a praia. Vai fazer o quê em Brasília?", declarou o presidente durante agenda em Petrolina, sertão de Pernambuco.
Se for uma reforma de japonês, ele vai embora. Lá (no Japão), tudo é miniatura
Na tentativa de acalmar os ânimos e minimizar a repercussão, a pasta enviou nota em que também diz reiterar "sua absoluta confiança no trabalho do Congresso Nacional, instituição com a qual mantém excelente diálogo".
Bolsonaro foi ao Twitter para endossar a narrativa de que não há divergências entre os dois. De acordo com o presidente, o casamento com Guedes "segue mais forte do que nunca".
O cenário perfeito para o governo, de acordo com o Planalto, é a aprovação do texto enviado ao Parlamento sem muitas modificações. A tramitação da proposta, no entanto, é complexa. Além dos pontos polêmicos da reforma, os aliados de Bolsonaro têm tido dificuldade para consolidar uma base no Congresso.
Atualmente, o projeto tramita na comissão especial na Câmara depois de ter sido aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). À época, houve sessões com mais de nove horas de duração, marcadas por debates acalorados entre os deputados. Depois de passar pelo plenário da Casa, a reforma ainda terá que ser analisada pelo Senado. O governo espera finalizar a tramitação da matéria até o fim do primeiro semestre.
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