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PSDB não convive com extremismos, diz Bruno Araújo ao assumir o partido

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

31/05/2019 15h20

O novo presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que o partido terá posição, mas que não convive com extremismos. Sucessor de Geraldo Alckmin, Araújo é alinhado ao governador de São Paulo, João Doria, e marca uma ruptura com as figuras tradicionais do PSDB.

"O PSDB é um partido de centro, que não convive com extremismo de direita e extremismo de esquerda no seu seio, dentro de si. Mas respeita todas as visões ideológicas", disse Araújo.

Ex-ministro das Cidades de Michel Temer (MDB), o pernambucano, que terá um mandato de dois anos, estará à frente do PSDB durante a corrida eleitoral do ano que vem.

"Nós estamos derrubando os muros. PSDB vai ter posição clara sobre os temas importantes que a sociedade precisa não só discutir no momento, mas com temas que precisam ser propositivos", afirmou.

A eleição de Araújo é o fim de uma disputa interna no partido que se arrastava desde as eleições de 2018: o embate entre os chamados "cabeças pretas" (mais novos e alinhados ao governador João Doria) e os "cabeças brancas" (figuras tradicionais do partido como FHC, José Serra, Tasso Jereissati e Alckmin).

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A visão de comando do partido já era defendida por Doria desde sua eleição, quando declarou que quem manda no partido é quem tem votos da rua. Antes de conduzir o pernambucano Araújo à chefia, Doria havia colocado o ex-deputado estadual Marco Vinholi na presidência do PSDB, em São Paulo.

O presidente Bruno Araújo declarou que o partido é independente em relação ao governo Jair Bolsonaro (PSL), mas apoia pauta econômica de viés liberal. O fechamento de questão -- orientação de voto para toda bancada-- deve acontecer nas próximas semanas.

João Doria disse que tem confiança que a reforma da Previdência será aprovada.

"Este é um time, Geraldo Alckmin passa o bastão ao Bruno Araújo. Deixando os princípios que Alckmin deixou no partido. É a continuidade na inovação e transformação. Esse é o PSDB. E aqui me refiro ao PSDB das raízes", disse Doria, que em seguida exaltou o ex-governador tucano Mário Covas e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A homologação da presidência de Araújo teve presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Romero Jucá (ex-senador e presidente do MDB).

PSDB em números

  • Senado: 8 senadores (eram 11 senadores em 2014)
  • Câmara: 30 deputados (eram 54 deputados)
  • Governos estaduais: o PSDB tem hoje 3 governadores (João Doria - SP, Eduardo Leite - RS e Reinaldo Azambuja - MS), o menor número desde sua fundação, em 1988