Dodge autoriza, e Palocci será reconvocado a depor em CPI do BNDES
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, autorizou o ex-ministro petista Antonio Palocci a depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), na Câmara.
Com a liberação, Palocci será convocado pela segunda vez para dar explicações sobre suspeitas de desvios nos empréstimos do banco.
O presidente da comissão, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), se encontrou hoje com a procuradora para pedir autorização para reconvocar Palocci. Dodge entendeu que as declarações de Palocci não interferem no acordo de delação firmado junto à PGR. Ela deve oficializar o entendimento em ofício à CPI nos próximos dias.
No fim do mês passado, o ex-ministro esteve na Câmara, convocado pela CPI, mas se manteve calado. Ele disse temer que declarações atrapalhassem o acordo de delação premiada em tramitação junto à PGR - há trechos da colaboração premiada que estão sob sigilo.
A defesa de Palocci conseguiu no STF (Supremo Tribunal Federal), juntou ao relator da Lava Jato na corte, Edson Fachin garantias de que teria imagem preservada e o direito de permanecer em silêncio.
Foi montado um esquema de segurança com tapumes e acesso restrito à sala de depoimento para evitar a exposição de Palocci.
Depois da sessão, a PGR disse que "não orientou, nem recomendou" que Palocci ficasse em silêncio.
Nova data
"Vamos ouvir o Palocci. Ele com certeza tem informações relevantes para nosso trabalho. Assim que chegar a resposta formalizada da procuradora Raquel, a gente marca uma nova data e convoca Palocci outra vez", disse ao UOL o deputado Vanderlei Macris.
Palocci já foi deputado estadual pelo PT e ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) e da Casa Civil de Dilma Rousseff (2011). O ex-petista ficou preso entre setembro de 2016 e novembro do ano passado, acusado pela Lava Jato.
Com o acordo de delação, Palocci passou ao regime de prisão domiciliar em novembro.
Em razão das delações, Palocci é "persona non grata" na sigla e tido por petistas como "traidor" que acusa sem provas para se beneficiar. Além do acordo de colaboração com a PGR há outros dois junto à Polícia Federal
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