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Bolsonaro diz que vai conversar com Araújo após carona em avião da FAB

Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo

03/09/2019 11h20

O presidente Jair Bolsonaro defendeu hoje o uso de aeronaves presidenciais para dar caronas a parentes. O assunto ressurgiu hoje com reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na qual diz que a esposa do chanceler Ernesto Araújo pegou carona em um avião da FAB para passar férias em Paris.

Em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente foi questionado por um repórter sobre o que achava da notícia publicada, o que Bolsonaro respondeu que não tinha conhecimento sobre o tema, tendo apenas ficado sabendo pela reportagem. No entanto, ele defendeu o uso do avião.

"Se um avião presidencial nosso vai a algum lugar a serviço, não vejo nada demais em levar alguém no avião. Se está errado... Se tiver alguma norma dizendo o contrário... vou conversar com ele [Ernesto]"

Bolsonaro comparou a situação a quando um helicóptero da Presidência foi utilizado para transportar convidados para o casamento de seu filho, Eduardo Bolsonaro.

"Eu estava indo para um casamento, o helicóptero estava vazio. Vou falar para os meus irmãos: 'vai de carro enfrentando tudo pela frente e a gente se encontra no casamento'? O gasto ia ser feito..."

Ele reclamou de ter "apanhado" da imprensa na época e questionou o jornalista: "Você sabe qual é o prazer de uma pessoa humilde, pobre, entrar num avião presidencial? Outras pessoas eu tenho levado de vez em quando como carona".

De acordo com reportagem da Folha, o voo da esposa de Ernesto ocorreu para a ida do ministro a um encontro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que ocorreu na capital francesa, de 20 a 25 de maio deste ano.

Maria Eduarda de Seixas Corrêa também é diplomata e atua como conselheira no Itamaraty. Segundo o jornal, ela foi e voltou a bordo da aeronave oficial e compartilhou o quarto com o marido, cuja hospedagem foi custeada pelo governo, uma vez que estava em missão oficial.

O Itamaraty confirmou ao jornal que a mulher do ministro foi a França de férias, tendo se hospedado com o marido, mas diz que os custos de alimentação foram bancados por ela.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.