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Bolsonaro reassume amanhã sancionando posse estendida de arma em área rural

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

16/09/2019 17h52

Ao chegar hoje no final da tarde no Palácio da Alvorada, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que reassume a Presidência já nesta terça-feira (17) e sancionará projeto de lei que permite a posse de arma de fogo em toda a extensão de imóveis rurais.

"Amanhã eu reassumo a Presidência e sanciono a lei do porte estendido para o pessoal do campo", disse. Embora tenha falado sobre o porte, o texto trata da posse de arma. "Não vou tolher mais ninguém de bem a ter sua posse ou porte de arma de fogo", disse.

Bolsonaro não disse se vetará algum ponto do texto, aprovado em 21 de agosto na Câmara dos Deputados e então remetido à sanção presidencial. A possibilidade de estender a posse de arma a todo o imóvel rural, e não só à sede da residência ou do domicílio rural, é um pleito antigo da bancada ruralista que enxerga na medida mais maneiras de se defender da violência no campo, como o roubo de rebanhos.

Segundo o boletim médico divulgado hoje, o presidente "continuará sua recuperação em domicílio, devendo seguir as orientações médicas relacionadas a dieta e atividade física".

Ao contrário do informado anteriormente pelo porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, o presidente disse que voltará a exercer efetivamente a Presidência amanhã. A previsão era que ele só voltaria a despachar na quinta-feira (19). Até lá, o vice-presidente Antônio Hamilton Mourão (PRTB) permaneceria como presidente em exercício.

Bolsonaro foi internado em um hospital de São Paulo em 7 de setembro e, no dia seguinte, foi submetido a uma cirurgia para corrigir hérnia. O problema é decorrente de operações passadas feitas em razão do ataque a faca que sofreu em setembro do ano passado durante a campanha eleitoral.

O presidente disse estar bem, mas avaliou que só voltará "à atividade 100% depois dos Estados Unidos". A previsão é que ele viaje para discursar na abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), marcada para 24 de setembro.

Questionado se despachará do Palácio da Alvorada ou do Planalto, onde o presidente da República trabalha, Bolsonaro disse ainda não saber e que a questão depende da "junta de combate", se referindo à equipe médica.