Deputado leva "invertida" de Maia e é ironizado ao criticar fundo eleitoral
O deputado José Nelto (Podemos-GO) foi contestado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ironizado por colegas depois de atacar o fundo eleitoral e defender a retirada de pauta do projeto de lei que pode, além de afrouxar regras de fiscalização, aumentar o montante destinado ao financiamento público de campanha.
Após afirmar que o presidente estaria "atropelando" o regimento da Casa a fim de colocar a matéria em votação na sessão de hoje, Maia perguntou se o colega assumiria compromisso público de que o seu partido não usará recursos do fundo ano que vem. Nelto aceitou o desafio.
"Vou fazer uma pergunta ao deputado José Nelto, que está dizendo que eu não estou respeitando o Regimento Interno. Vossa excelência poderia dizer no microfone se o seu partido utilizará o recurso do fundo eleitoral no próximo ano, porque aí fica claro que a sua posição é contra a votação no dia de hoje."
"Fica transparente, democrático, e cada um assume a sua responsabilidade no dia de hoje", completou Maia, sob aplausos do plenário.
"Presidente, nós assumimos, eu assumo a minha responsabilidade de não usar, no ano que vem, o fundão eleitoral", respondeu Nelto.
Em tom irônico, Maia retrucou: "Muito bem, o Podemos não utilizará o fundão eleitoral no ano que vem". Ao perceber que seu posicionamento pessoal poderia ser interpretado como de todo o partido, Nelto tentou consertar: "Eu não vou utilizar".
A atuação do Podemos no Congresso tem irritado alguns parlamentares, tanto no Senado quanto na Câmara. Os críticos alegam que a legenda joga "de acordo com a opinião pública", sobretudo em assuntos espinhosos envolvendo combate à corrupção, a Operação Lava Jato e o fundo eleitoral.
No cafezinho do plenário da Câmara, deputados repercutiram o embate entre Maia e Nelto. "Ele levou uma invertida", comentou um dos interlocutores.
Outro, que pediu para não ter seu nome divulgado, emendou: "Ele não quer o fundo? Deixa para a gente."
No ano passado, o montante destinado ao financiamento de campanhas foi de R$ 1,7 bilhão. O valor do ano que vem será definido pelo Congresso na lei orçamentária.
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