Topo

Esse conteúdo é antigo

Boletim médico informa que Covas passará por três sessões de quimioterapia

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) - Eduardo Knapp/Folhapress
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

28/10/2019 19h56

O boletim médico de Bruno Covas (PSDB) informou hoje que o prefeito de São Paulo passará por três sessões de quimioterapia para tratar o câncer, localizado entre o esôfago e o estômago, com lesões no fígado e nos linfonodos. A primeira ocorrerá entre hoje e amanhã; ele permanece internado no hospital Sírio-Libanês para controle do tromboembolismo pulmonar.

Segundo o documento, assinado pelo diretor Fernando Ganem, Covas será novamente reavaliado após as três sessões. Ele teve trombose venosa das veias fibulares e uma erisipela, mas as duas condições já estão em remissão. Aproveitando o fato de que o prefeito tucano segue hospitalizado em função da trombose, ele será submetido em até 24 horas à sua primeira sessão de quimioterapia.

O oncologista Artur Katz já havia dito, mais cedo, que a quimioterapia não tem prazo para acabar. "Sua eficácia será avaliada de seis a oito semanas com exames de imagem", afirmou ele.

Os médicos explicaram que o diagnóstico precoce pode evitar uma cirurgia futura, mas um procedimento ainda é não descartado pela equipe. "Não dá para prever operação. Este grupo não aventou a hipótese de cirurgia", disse o infectologista David Uip.

Leia o boletim médico de Bruno Covas:

Exames anatomopatológicos mostraram que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, tem um adenocarcinoma localizado entre o esôfago e o estômago, com duas lesões, uma no fígado e outra nos linfonodos. Com esse diagnóstico o prefeito será submetido a três sessões de quimioterapia, quando será novamente reavaliado. Bruno Covas deu entrada no Hospital Sírio-Libanês no dia 23 para o tratamento de uma erisipela.

No dia 25, foi diagnosticado trombose venosa das veias fibulares. Exames subsequentes mostraram um tromboembolismo pulmonar. Por causa disso, foi realizado um pet scan. Este exame mostrou o surgimento de uma tumoração no trato digestivo e o procedimento adotado foi uma laparoscopia diagnóstica, feita na noite do dia 27.

Atualmente, tanto a erisipela quanto a trombose venosa das veias fibulares já estão em remissão, mas ele permanecerá internado para controle do tromboembolismo pulmonar. Os médicos decidiram aproveitar esse período para dar início à primeira sessão de quimioterapia, que será realizada entre hoje e amanhã.

O prefeito Bruno Covas está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, Prof. Dr. Raul Cutait, Dr. Artur Katz e Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer.

Dr. Fernando Ganem
Diretor de Governança Clínica

Histórico familiar

"Eu nunca vi um diagnóstico tão precoce", afirmou Uip. Esse tipo de tumor, afirma, acomete principalmente pessoas com idade entre 50 e 55 anos. "O fato dele ter 39 anos, ser jovem e motivado ajudará no tratamento."

De acordo com os médios, o câncer em Bruno foi como uma "loteria".

"As pessoas que fumam podem ter maior fator de risco de câncer no pulmão ou bexiga, mas uma grande parte dos tumores ainda é uma loteria. Uma vida saudável protege e, de fato, o Bruno é um exemplo de comportamento. Não tem nada que ele fez que causou ou que ele poderia ter prevenido", afirmou Tulio Eduardo Flesch Pfiffer.

Os especialistas descartaram qualquer relação entre o câncer de Bruno e o que matou o avô, o ex-governador de São Paulo Mario Covas.

"Não teve nenhuma relação com o que falamos hoje", afirmou Uip. "O importante é que o governo continua, presenciei ele dando ordens, como inaugurações. A vida continua e o governo continua."

Vou vencer, diz Covas

Na manhã de hoje, o prefeito escreveu uma mensagem no Instagram dizendo não ter dúvidas de que vencerá o desafio de enfrentar um tumor no trato digestivo.

"Não tenho dúvidas que vou vencer esse desafio. Quero agradecer as centenas de mensagens que tenho recebido de inúmeras pessoas. Ajuda muito a atravessar a tempestade", escreveu o prefeito utilizando a hashtag "enfrentando".

Prefeito se sentiu mal faz 9 dias

No dia 19, um sábado, Covas sentiu-se mal. Ele passou pelo pronto-socorro do hospital Albert Einstein, onde iniciou um tratamento com antibióticos.

A saúde do prefeito melhorou nos dias seguintes, mas piorou na quarta-feira (23), quando Uip recomendou sua internação no hospital Sírio-Libanês.

No sábado (26), exames realizados no hospital localizaram um tumor na região intestinal do prefeito. No dia seguinte, ele foi submetido a uma laparoscopia diagnóstica, uma cirurgia por vídeo que coletou material para biópsia.

O diagnóstico surpreendeu a equipe médica porque o prefeito é saudável, faz academia regularmente e não tem histórico familiar de câncer nessa região. O avô dele, o ex-governador de São Paulo Mario Covas, morreu em 2001 em decorrência de um câncer na bexiga.

Afastamento

Se Covas precisar se afastar do cargo, a decisão precisará ser ratificada pela Câmara Municipal. Neste caso, quem assume é o presidente da Casa, o vereador Eduardo Tuma (PSDB), uma vez que Covas foi eleito vice-prefeito na chapa do atual governador João Doria (PSDB).

De acordo com a lei, o presidente da Câmara fica no cargo por 30 dias. Após esse período, o Legislativo paulistano convoca uma eleição indireta para prefeito e vice. Quem for eleito cumprirá apenas o restante do mandato, previsto para acabar em 31 de dezembro de 2020.

Médicos descobrem tumor no sistema digestivo de Bruno Covas

Band Entretenimento