Eduardo Bolsonaro fala em repressão policial se protestos chegarem a Brasil
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse hoje, na Câmara, que as autoridades brasileiras não podem permitir que protestos como os que acontecem no Chile cheguem ao Brasil. O deputado federal disse que, se tais manifestações ocorressem no Brasil, os participantes teriam de "se ver com a polícia".
"Não vamos deixar, não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter de se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar", disse o filho do presidente da República.
Ao fim do pronunciamento de Eduardo Bolsonaro, foi possível ouvir gritos de indignação, vaias e aplausos no plenário da Câmara.
Mais de 1 milhão de chilenos marcharam pacificamente contra a desigualdade em Santiago na última sexta-feira, no maior protesto desde o retorno do Chile à democracia em 1990.
Os tumultos no Chile continuam a ocorrer após uma semana de protestos contra a desigualdade, nos quais pelo menos 17 pessoas foram mortas. Milhares de manifestantes foram presos, segundo o Ministério Público, e as empresas chilenas tiveram prejuízo de mais de US$ 1,4 bilhão. O metrô da cidade sofreu danos equivalentes a quase US$ 400 milhões.
Na semana passada, os protestos já haviam levado Piñera, um bilionário de centro-direita que derrotara a oposição de esquerda nas eleições de 2017, a prometer mudanças "favoráveis" aos trabalhadores. Ele garantiu aumentar o salário mínimo e as aposentadorias, diminuir os preços dos remédios e do transporte público, além de estabelecer um sistema de saúde adequado.
O Chile, maior produtor mundial de cobre, há muito se orgulha de ser uma das economias mais prósperas e estáveis da América Latina, com baixos níveis de pobreza e desemprego. Mas a desigualdade e o crescente custo de vida têm mobilizado a população.
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