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Bolsonaro retoma ataques a Globo e Witzel e cobra direito de resposta

Presidente Jair Bolsonaro se defende de acusações sobre o caso Marielle através de suas redes sociais - Reprodução
Presidente Jair Bolsonaro se defende de acusações sobre o caso Marielle através de suas redes sociais Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

31/10/2019 20h17Atualizada em 31/10/2019 23h00

Em sua tradicional live de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro repetiu os ataques que já havia feito contra a Rede Globo e ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

O presidente afirmou que o jornalismo da TV Globo foi "porco e canalha" ao tentar associá-lo com acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e cobrou direito de resposta. "Desafio vocês a me convidar para falar por 10 minutos sobre esse episódio", disse o presidente.

Apesar das ofensas, Bolsonaro mostrou tom mais ameno do que na live que realizou na madrugada de terça-feira (horário de Riade). Ele ainda se gabou que sua live de defesa teve mais de 6 milhões de visualizações.

Bolsonaro se dirigiu diretamente ao apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, dizendo que gostaria de ter 10 minutos para dar seu direito de resposta sobre o tema.

Na última terça-feira, uma reportagem do Jornal Nacional revelou o depoimento do porteiro do condomínio de Bolsonaro. Segundo o porteiro, um dos acusados de matar a vereadora tinha entrado no condomínio dizendo que iria visitar o presidente, mas na verdade se dirigiu para a casa de Ronnie

Lessa, o outro acusado que morava no mesmo condomínio. A visita teria acontecido no dia da morte da vereadora.

No depoimento, o porteiro afirma ter ligado na casa de Bolsonaro. Mas o então deputado Federal estava em Brasília na data da execução de Marielle Franco.

Posteriormente, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que também investiga o crime, rejeitou o depoimento do porteiro.

Segundo Bolsonaro, a TV Globo teve acesso ao processo, que corre em segredo de justiça, através do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.

Bolsonaro repetiu a versão que já havia apresentado, de que Witzel já havia revelado para o presidente que seu nome constava nas investigações da morte da vereadora.

Ainda segundo Bolsonaro, a conversa entre os dois teria acontecido no dia 9 de outubro, em Brasília.

O presidente disse também que já sabia da reportagem da TV Globo e que preparou os ministros e parlamentares que viajavam com ele. Contudo, ele não esclareceu como tinha conseguido a informação sobre a reportagem com tanta antecedência.

Além da TV Globo, Bolsonaro proferiu outros ataques à imprensa. Revelou que ordenou o cancelamento das assinaturas da Folha de S. Paulo nos órgãos federais e afirmou que os anunciantes da Globo e da Folha deveriam sentir "vergonha".

Cancún brasileira

Bolsonaro repetiu também que deseja transformar a região de Angra dos Reis na "cancún brasileira". De acordo com o presidente, diversos investidores internacionais manifestaram interesse na região.

Para que isso aconteça, contudo, Bolsonaro precisa invalidar um decreto ambiental que define que a região como área de proteção ambiental. A Estação Ecológica de Tamoios foi criada na Constituição de 1988.

Os presidente da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, teriam apoiado a ideia, contou Bolsonaro.
Além disso, mais uma vez, o presidente atacou ambientalistas e indígenas e defendeu empresários.