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Bebianno: Pessoa próxima a Bolsonaro tentou sequestrar colunista de O Globo

Caso foi citado em entrevista à rádio Jovem Pan, sem que mais informações fossem dadas - Fátima Meira/Futura Press/Folhapress
Caso foi citado em entrevista à rádio Jovem Pan, sem que mais informações fossem dadas Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

20/12/2019 17h51Atualizada em 20/12/2019 19h29

Uma pessoa próxima ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tentou sequestrar o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, na saída de um restaurante em São Paulo. É o que afirmou hoje Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência da República. Ao UOL, o jornalista disse que não comentará a entrevista.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bebianno afirmou que a pessoa em questão — que não teve a identidade revelada — já fez ameaças a jornalistas de diversos veículos, incluindo a suposta tentativa de sequestro. Ele, no entanto, não deu detalhes a respeito dos casos.

"O presidente parece que escolhe a dedo pessoas muito perigosas. Inclusive, há uma pessoa muito próxima a ele que recentemente tentou sequestrar um jornalista do sistema Globo. Pegou o jornalista Lauro Jardim na saída de um restaurante em São Paulo e tentou enfiar o Lauro Jardim dentro de um automóvel, uma coisa meio forçada. O Lauro ficou muito nervoso, muito preocupado", disse.

"O assunto foi levado à direção da TV Globo, foi parar no departamento jurídico do jornal O Globo, e essa pessoa foi notificada inclusive pelo sistema Globo para que não se aproximasse mais do Lauro Jardim. Essa mesma pessoa já ameaçou uma jornalista da revista Época e já fez ameaças veladas a outra jornalista do jornal O Globo. São essas as pessoas que estão ao redor do presidente", completou.

Procurado pelo UOL, o jornalista afirmou que não irá se pronunciar sobre a entrevista.

"Pessoa desequilibrada"

Bebianno foi questionado sobre as declarações de Bolsonaro à revista Veja, na qual afirma acreditar que algum aliado da campanha eleitoral de 2018 teria responsabilidade parcial no atentado que sofreu no dia 6 de setembro daquele ano, na cidade mineira de Juiz de Fora, quando foi atingido por uma facada de Adélio Bispo de Oliveira.

Para Bolsonaro, "houve uma conspiração". "O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses", alegou o presidente da República.

O site O Antagonista afirmou que "aparentemente, Jair Bolsonaro refere-se a Gustavo Bebianno" na declaração. Mas para Bebianno, demitido da secretaria-geral da Presidência, a declaração mostra Bolsonaro como uma pessoa "desequilibrada", agindo em represália.

"Me preocupa muito o Brasil estar entregue nas mãos de uma pessoa tão desequilibrada, porque se ele é capaz desse tipo de atitude em relação a assuntos menores, se é capaz desse tipo de loucura, de devaneio, ele poderá colocar o Brasil em situações muito complicadas. Acho que o Brasil não pode estar sob o comando de uma pessoa tão desequilibrada", disse.

"Já estou conversando com vários juristas, amigos, que compartilham da mesma opinião. Vou processá-lo na esfera cível, criminal, e vamos promover um processo de interdição. Ele precisa ser interditado, não tem condições de governar o Brasil", emendou.

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