Bolsonaro busca paz com Moro e diz que ministro "não mordeu a isca"
Resumo da notícia
- Presidente minimiza desgaste após ter ameaçado esvaziar poder de ministro
- Bolsonaro cogitou desmembrar ministério e tirar PF do comando do ex-juiz
- Filho mais velho de presidente é algo de investigação no Rio
- Segundo Bolsonaro, "o tempo todo tem alguém beliscando ministério"
"Agora, pelo que vi, o Moro não mordeu a isca. Nem eu". Assim o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) buscou hoje minimizar os atritos com o ministro Sergio Moro e colocar um ponto final no impasse criado com a possível separação ministerial entre Justiça e Segurança Pública.
Na estrutura atual, o ex-juiz da Operação Lava Jato comanda as duas atribuições em uma pasta única, com controle sobre órgãos importantes como a Polícia Federal. Bolsonaro está atento ao jogo de poder dentro da PF porque o seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), é investigado no Rio de Janeiro em razão de transações financeiras consideradas atípicas de seu ex-assessor Fabricio Queiroz.
O desgaste entre Moro e Bolsonaro foi criado depois que o presidente sinalizou a secretários estaduais de segurança a possibilidade de recriar o "Ministério da Segurança Pública", que existia até o fim do governo de seu antecessor, Michel Temer. A medida esvaziaria o poder de Moro dentro do governo federal.
"É comum. É a luta pelo poder. O tempo todo tem alguém beliscando ministério", disse o presidente. "Agora, pelo que vi, o Moro não mordeu a isca. Nem eu. Continua ele com o ministério [da Justiça e Segurança Pública], sem problema nenhum."
Segundo afirmou o mandatário, os dois devem ser encontrar ainda nesta semana. O motivo da agenda não foi explicado, mas eles devem aproveitar para, em caráter definitivo, pacificar a relação.
Bolsonaro foi intensamente criticado nas redes sociais pela tentativa de esvaziamento do ministro, cuja popularidade é grande desde o período em que ele estava à frente da Lava Jato.
Segundo o colunista do UOL Tales Faria, o medo de que ex-magistrado pedisse demissão — manchando a imagem do presidente em relação a seus apoiadores — fez Bolsonaro recuar. Assessores, amigos e aliados do presidente alertaram-no do perigo de deixar o ministro insatisfeito.
Hoje, Bolsonaro tratou de relativizar as brigas internas no governo e argumentou que disputas também ocorrem em outros ministérios, como o do Desenvolvimento Regional, chefiado por Gustavo Canuto.
A possibilidade de recriação da pasta da segurança representa mais um capítulo no embate quase sempre silencioso entre Bolsonaro e Moro, hoje com uma popularidade maior que a do chefe, segundo pesquisas de opinião pública, e considerado um potencial candidato na eleição presidencial de 2022.
Ouça o podcast Baixo Clero com análises políticas de blogueiros do UOL.
Os podcasts do UOL estão disponíveis no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.