Bolsonaro repete 'banana' contra imprensa e diz que Michelle merece elogio
Pelo segundo sábado seguido, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma "banana" para jornalistas que o acompanham no Palácio da Alvorada.
Neste sábado (15), ele criticou reportagem da repórter Bela Megale, do jornal "O Globo", que afirmou que a biblioteca da Presidência da República seria reduzida pela metade para dar lugar a uma sala para Michelle Bolsonaro.
O presidente negou que haverá retirada de livros e pediu elogios à primeira-dama. "Ela trabalha de graça", afirmou. O presidente demonstrou irritação com o questionamento. "Em vez de vocês elogiarem... tenha santa paciência", continuou, antes de abandonar a entrevista, que mal havia começado.
Bolsonaro disse aos jornalistas: "Vocês só se preocupam com besteira. Nenhum livro vai embora. Vai ficar tudo lá".
Programa de voluntariado
Segundo a reportagem de "O Globo", o tamanho da biblioteca será reduzido à metade com as obras feitas para abrigar a equipe do programa Pátria Voluntária, dirigido por Michelle Bolsonaro, com direito a uma sala para a primeira-dama e um banheiro. O Palácio do Planalto negou-se a informar ao jornal o valor gasto com a reforma.
O local tem 42 mil itens e 3.000 discursos de presidentes. Com as obras, os espaços de estudo e convivência serão praticamente extintos e não haverá condições de aumentar o acervo, de acordo com "O Globo".
O programa funcionava no Ministério da Cidadania. Foram gastos R$ 330 mil para reformar o prédio do Ministério e abrigar o time de Michelle, mas, no fim do ano passado, o programa mudou para o Palácio do Planalto.
O próprio Bolsonaro foi quem "arranjou" o lugar, revelou o presidente. "Eu arranjei um lugar para ela trabalhar lá na Presidência. Por quê? É melhor. Fica mais perto dos ministros para despachar."
Segundo o presidente, "a biblioteca teve uma pequena diminuição". "Estão descendo a lenha que a biblioteca vai diminuir em vez de elogiar a primeira-dama".
Nova banana
Ao chegar ao carro, ao fim da interação com a imprensa, ele subiu na porta traseira direita do veículo que o aguardava. Bolsonaro olhou para os militantes —que o aplaudiam a cada frase criticando os repórteres— e anunciou o gesto ofensivo. "Quem age dessa maneira merece outra banana, hein?", afirmou, enquanto fazia o sinal.
Na semana passada, ele havia feito o gesto, cruzando os braços. Bolsonaro havia se queixado da cobertura da imprensa sobre sua fala de que "uma pessoa com HIV representa uma despesa para todos no Brasil".
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