Bolsonaro critica decisão judicial que liberou corpo de miliciano morto
O presidente Jair Bolsonaro criticou na manhã de hoje a decisão da Justiça da Bahia que liberou o IML do estado de manter o corpo do soldado Adriano da Nóbrega, miliciano morto há uma semana, em conservação e de que novos exames periciais sejam realizados.
"A quem interessa não haver uma perícia independente? Sua possível execução foi 'queima de arquivo'? Sem uma perícia isenta os verdadeiros criminosos continuam livres até para acusar inocentes do caso Marielle", escreveu o presidente em sua rede social.
Ele ainda questionou que os telefones de Adriano precisam ser periciados. "Quem fará a perícia nos telefones do Adriano? Poderiam forjar trocas de mensagens e áudios recebidos? Inocentes seriam acusados do crime?", afirmou.
Ontem, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, revogou a obrigação do IML de manter o corpo e transferiu a responsabilidade sobre autorizar ou não a cremação à Justiça da Bahia.
Mesmo com a decisão de Kalil, a cremação do corpo de Adriano continua impedida, já que outra decisão proibindo a cremação permanece em vigor. Essa ação agora está sob a responsabilidade do juiz Marcius da Costa Ferreira, da Vara de Registros Públicos do Rio, que ainda não emitiu decisão.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro compartilhou a postagem do pai, comentando: "Tem gente que não quer uma investigação decente, por quê?".
O corpo de Nóbrega chegou ao Rio no dia 11, e a família pretendia cremá-lo na manhã do dia seguinte, no Crematório do Caju, na zona norte do Rio. A mãe e duas irmãs do ex-PM pediram autorização judicial para fazer a cremação, mas a juíza plantonista Maria Izabel Pena Pieranti proibiu que o corpo fosse cremado.
A juíza alegou que faltavam documentos exigidos para o procedimento, como a guia de remoção de cadáver e o registro de ocorrência. Além disso, segundo a magistrada, eventual cremação impediria exames capazes de elucidar as circunstâncias da morte de Nóbrega: "Acaso fosse deferida a cremação, inviabilizadas estariam eventuais providências a serem levadas a efeito pela autoridade policial", escreveu Maria Izabel, que completou: "O interesse público na cabal elucidação dos fatos tem preponderância sobre o desejo de seus familiares".
No dia seguinte, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, também decidiu impedir a cremação. "Em se tratando de morte violenta, havendo investigações a serem realizadas para desvendar todas as circunstâncias da morte, impossível a cremação. Até porque as diligências poderão ter repercussão no Juízo Criminal, pelo menos até a juntada da certidão de óbito oficial, o que não ocorreu ainda", escreveu o juiz.
No dia 13, no mesmo processo, o juiz Guilherme Pollo Duarte determinou que o corpo fosse enviado ao IML do Rio, que deveria preservá-lo. Até então, o cadáver estava em um laboratório particular de embalsamento em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Com informações da Agência Estado.
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