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Felipe Rigoni defende Tabata e critica Ciro: 'Autoritário e incoerente'

Do UOL, em São Paulo

18/02/2020 00h47

O deputado federal Felipe Rigoni (ES), hoje suspenso do PSB, fez duras críticas a Ciro Gomes (PDT-CE) por seu posicionamento quanto à reforma da Previdência e à deputada Tabata Amaral (PDT-SP), que contrariou a orientação de seu partido e votou a favor das mudanças nas aposentadorias propostas pelo governo.

"O Ciro Gomes, apesar de ser uma pessoa inteligente e ser um excelente governador, se demonstrou cada vez mais autoritário. O que ele fez com a Tabata é apenas um exemplo", disse Rigoni em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura.

Para o deputado, o ex-governador ainda agiu de forma incoerente, uma vez que defendeu a reforma da Previdência durante a campanha para a Presidência, em 2018. "A reforma que o PDT protocolou é dois terços da que a gente aprovou. Então não faz sentido ele ser contra", argumenta.

No ano passado, em meio às discussões sobre a nova Previdência, Ciro acusou Tabata de fazer "dupla militância" e defendeu que ela e outros sete deputados que votaram a favor da reforma deixassem o partido de forma espontânea. Os parlamentares, assim como Rigoni pelo PSB, acabaram suspensos.

Posteriormente, com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) já aprovada, a deputada disse sentir-se traída por Ciro. "Para mim, não dá para ser oposição por oposição, quando tem gente passando fome", disse Tabata à época.

'Me arrependo de ter votado em Ciro'

Questionado sobre se teria cometido um erro ao se filiar ao PSB, Felipe Rigoni negou e se disse grato à legenda, mas admitiu que houve um erro de percepção de sua parte quanto ao direcionamento do partido.

"Percebi, sim, que tinham expulsado 13 deputados na época da reforma trabalhista, mas mesmo assim existia esse movimento interno de se tornar um partido mais de centro. Isso foi um equívoco de percepção e hoje estou respeitosamente pedindo licença do partido", disse o deputado.

Para deixar claro seu posicionamento político, Rigoni usou os votos dados nas eleições de 2018: em Ciro no primeiro turno e em branco no segundo. Sobre o voto no pedetista, porém, o parlamentar se disse "profundamente arrependido".

"Votei em branco [para presidente] porque não achava admissível votar num partido [PT] que por anos acabou construindo uma máquina de corrupção no nosso país, e também por uma série de declarações do presidente Jair Bolsonaro, que vão contra os princípios liberais nos quais acredito. No primeiro turno, votei em Ciro Gomes, [mas] me arrependo profundamente", confessou.