Witzel conversa com Moro sobre cargo, mas juiz indica volta para Curitiba
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou nesta terça-feira que continua aberto para receber o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro como colaborador de seu governo. Mas, ao que tudo indica, o juiz deve retornar para o Curitiba, onde morava e trabalhava antes de se mudar Brasília.
"Moro é meu colega de magistratura. Se ele quiser vir trabalhar no governo do RJ, eu poderia recriar a Secretaria de Justiça para me ajudar nessa missão. Mas eu conversei com ele. Ele vai reorganizar a vida dele e, talvez, voltar para o Paraná", afirmou durante entrevista à CNN Brasil. Na última sexta-feira (24), Witzel informou ao UOL que pretendia criar a pasta para receber o agora ex-ministro.
"A [secretaria] de Justiça pode atuar em conjunto com um conselho de segurança, com as demais secretarias, criar um espaço para o ministro Moro me ajudar no combate a corrupção e ao tráfico de armas e drogas", completou.
Moro deixou o cargo na última semana em meio a declarações de que o presidente Jair Bolsonaro quis interferir politicamente na Polícia Federal. Sobre as afirmações do ex-ministro, Witzel reforçou que elas devem ser investigadas para se ter clareza dos fatos.
"O ministro Moro, ao sair, fez declarações muito graves sobre a conduta do presidente. E o próprio presidente vinha me acusando de fazer interferência na polícia civil do Rio de Janeiro porque a polícia poderia incluir o nome dele no caso de Marielle [vereadora morta em 2018]. É o que ele está exatamente fazendo agora. Ele está tentando colocar um diretor da Polícia Federal com a preocupação de que a PF possa investigar pessoas próximas a ele. Ele me mediu com a mesma régua", criticou o político.
"Essas investigações precisam ser levadas para ter clareza de que o presidente não está fazendo essas interferências", acrescentou.
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