Maia: Conversa do governo com o centrão é legítima e facilita meu trabalho
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje que considera legítima a aproximação do governo federal com o centrão, bloco formado por partidos como PP, PL e Republicanos. Segundo Maia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem direito de organizar sua base e isso, inclusive, "facilita seu trabalho".
"É legítimo que o governo tenha o direito de organizar sua base. Se é com o PP, com outros partidos, é direito do governo, desde que seja de forma transparente [para a sociedade]. Acho que o governo ter uma base facilita meu trabalho", defendeu o deputado em entrevista coletiva.
Sem citar pautas específicas, Maia disse que foi obrigado a cumprir um papel de "articulador da maioria", que deveria ser, segundo ele, dos líderes do governo. Ele não crê, porém, isso seja um sinal de "esvaziamento" da Presidência, uma vez que quem pauta as matérias a serem votadas são os presidentes da Câmara e do Senado.
"Como o governo não constituiu uma base num primeiro momento, acabamos assumindo esse papel", explicou, acrescentando que cada presidente eleito "constrói a relação com o Legislativo de um jeito". "[Bolsonaro] Sempre foi muito crítico aos partidos, agora está repensando. É um direito dele, não sou eu que vou ficar aqui dando opinião", finalizou.
Ajuda a estados e municípios
Antes, Maia comentou sobre a aprovação do socorro a estados e municípios, considerada pelo deputado uma "grande vitória do Parlamento", em meio à pandemia do novo coronavírus. O projeto, que agora segue para sanção presidencial, prevê ajuda financeira de R$ 125 bilhões.
Ele minimizou as diferenças entre os textos apresentados pela Câmara e pelo Senado, dizendo que aprovar a proposta, qualquer que seja ela, "é melhor do que ficar fazendo pingue-pongue de texto".
"Você não vai conseguir me separar do meu grande amigo Davi Alcolumbre [DEM-AP, presidente do Senado]", brincou Maia com o repórter que lhe perguntou sobre o conflito. "Se nós travássemos um embate, o grande perdedor seria a população brasileira. Não vou entrar nessa disputa. O importante é que estados e municípios começarão a receber uma compensação". afirmou.
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