MDB não apoiará Osmar Terra na Saúde: "cota pessoal" de Bolsonaro
O MDB não apoiará o deputado Osmar Terra (MDB-RS) como o novo ministro da Saúde, se ele for escolhido para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apurou o UOL.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão hoje (15) do governo. A saída acontece menos de um mês após ele substituir Luiz Henrique Mandetta na pasta.
Médico, assim como Teich e Mandetta, Terra é um dos maiores defensores do fim do isolamento social, recomendado por infectologistas e pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para evitar a pandemia da covid-19, doença causada pelo coronavírus.
O entendimento do MDB junto a Terra é que, se for chamado para o ministério, não precisa de autorização do partido. No entanto, a decisão será tomada como "pessoal".
O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), é um dos que defendem que, se Terra assumir a pasta, terá de ir como cota pessoal de Bolsonaro, sem representar o partido no governo.
"Se o Osmar Terra for, que ele vá como pessoa física. Não vá querendo representar o MDB dentro do governo", declarou. "Espero que ele não vá, sinceramente."
À reportagem parlamentares afirmaram que o MDB deverá pedir que Terra se afaste de todas as atividades partidárias se ficar no lugar de Teich.
A sigla hoje não é da base aliada de Bolsonaro, embora mantenha dois senadores como líderes do governo no Congresso Nacional e membros tenham se aproximado de Bolsonaro no último mês.
Quando Terra saiu do Ministério da Cidadania, em fevereiro deste ano, foi cogitado que ele assumisse a liderança do governo na Câmara, atualmente com o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). À época, ele se reuniu com lideranças do partido junto ao presidente nacional da sigla e deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e ouviu que o movimento não seria bem aceito.
A visão do partido é que Terra na liderança poderia dificultar a relação da bancada quando o partido entendesse necessário votar contra a orientação do governo. Com o impasse, não teve apoio do partido. O MDB se coloca como partido independente, cuja visão econômica se aproxima de Bolsonaro, mas sem alinhamento direto.
Bolsonaro também avaliou que não era o melhor momento para alçar Terra ao cargo.
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