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Janaina Paschoal: 'Desorganização de Bolsonaro vem desde a campanha'

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 16h42Atualizada em 22/05/2020 20h03

Uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro (sem partido) durante as eleições de 2018, a deputada Janaina Paschoal (PSL-SP) fez críticas ao presidente e à instabilidade política em que vive o Brasil sob seu comando. Segundo Janaina, Bolsonaro tem "dificuldade de conviver com a diferença" e sua desorganização vem desde a época da campanha ao Planalto.

"Eu previa [que Bolsonaro seria assim], mas não tanto", admitiu a deputada em entrevista ao UOL. "Durante a campanha, houve momentos em que tentei organizar, conversei com várias pessoas, conversei com o ministro [Paulo] Guedes, de quem gosto muito. Eles tinham dificuldade de organização, de montar equipe. Se ofenderam muito quando pedi um plano para a educação, para a saúde", continuou.

Demissões no Ministério da Saúde

As duas trocas no Ministério da Saúde —Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich— também foi alvo de críticas de Janaina. Para a deputada, essa instabilidade é muito ruim, principalmente por conta do momento que o país atravessa, com os casos e mortes pelo novo coronavírus em ascensão, e o cenário gera insegurança.

Mas Janaina se mostrou otimista e disse torcer para que "a coisa não fique atabalhoada". "Isso gera desconfianças de toda ordem. Mas vamos esperar. Recebi referências muito boas de uma médica que faz as coletivas do Ministério da Saúde, Dra. Mayra, que disseram que é muito competente. Tomara que dê certo", afirmou.

"Confio no meu pai e na minha mãe"

A deputada estadual, antes uma das principais aliadas de Bolsonaro, admitiu hoje não ser possível dizer que confia no presidente. Em entrevista ao UOL, ela contou que falou pessoalmente com Bolsonaro apenas "três ou quatro vezes", e que isso seria pouco para gerar confiança.

"Confiar, eu confio no meu pai e na minha mãe", afirmou, em meio a risos. "Conversei com o presidente pessoalmente umas três ou quatro vezes. Por telefone, umas três ou quatro vezes. A maneira como ele lidou com a questão da corrupção depois que tomou posse não corrobora para que eu fale que confio nele", completou.

Questionada sobre os sinais que a fizeram chegar a esse patamar, a deputada citou as discussões sobre o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a sanção do juiz de garantias —para Janaina, "decepcionate"— e a aproximação de pessoas "que nunca tiveram a luta contra a corrupção como algo importante". Ela não citou nomes, porém.