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Bolsonaro volta a criticar imprensa e insinua: Se negociar bilhões, acaba?

Presidente Jair Bolsonaro - Adriano Machado/Reuters
Presidente Jair Bolsonaro Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

31/05/2020 10h27

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar o trabalho da imprensa hoje, dizendo que "dezenas de fake news" são produzidas diariamente contra ele. Em uma postagem em suas redes sociais, o presidente questionou se isso acabaria caso ele negociasse "bilhões de reais" em propaganda com os veículos de comunicação.

Bolsonaro classificou como "o maior dos fake news" o chamado gabinete do ódio que, segundo ele, foi inventado pela imprensa. O grupo, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, é formado por assessores do Palácio do Planalto e comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente.

"Até o momento a Folha, Globo, Estadão... não apontaram uma só Fake News produzida pelo tal 'gabinete", escreveu o presidente.

Bolsonaro ainda citou o caso em que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro o acusa de interferir na Polícia Federal. Segundo ele, o vídeo da reunião ministerial apontado por Moro como prova é um "fiasco".

Na postagem, o mandatário também citou investigações que apuram o disparo de mensagens em massa na campanha presidencial em 2018 dizendo que "falam em disparos mas não apontam uma só mensagens (sic) disparada contra quem quer que seja".

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou o disparo em massa de centenas de milhões de mensagens, prática vedada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O presidente tem sido crítico à imprensa. Ele chegou a colocar em dúvida a renovação da concessão da Rede Globo em 2022, quando a emissora poderá atualizar sua permissão pública de TV.

Em outra frente, o mandatário já chegou a cancelar as assinaturas da Folha no governo federal e disse que boicota produtos de anunciantes do jornal.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.