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Grupo bolsonarista provocou confronto na Paulista, afirma fotojornalista

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

31/05/2020 22h35

Membros de grupos bolsonaristas provocaram o confronto com membros de torcidas organizadas que criticam o presidente durante as manifestações de hoje na Avenida Paulista. A informação é da fotojornalista Thaís Haliski que testemunhou a poucos metros o começo da briga e a intervenção da Polícia Militar.

Os confrontos entre apoiadores de contrários ao presidente na avenida Paulista e no bairro carioca de Copacabana, com a intervenção direta da Polícia Militar, marcaram o acirramento da polarização política e o aumento da hostilidade entre os dois grupos. Tudo isso em meio às medidas de isolamento social para tentar conter o avanço da covid-19, num momento em que o Brasil torna-se o quarto do mundo com maior número de mortos pela doença.

Por volta das 13h, na avenida Paulista, o grupo pró-Bolsonaro estava concentrado em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Por sua vez, integrantes de torcidas organizadas se localizavam em frente e no vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo).

"Algumas pessoas do ato favorável ao presidente começaram a andar várias vezes até o MASP para provocar e xingar de vagabundos e de outras coisas aqueles que participavam do outro ato", disse a fotojornalista.

A fotógrafa acompanhava de perto o começo da confusão, iniciada com troca de socos de pontapés até que a Polícia Militar decidiu intervir ao lançar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas.

"Um colega meu foi atingido por estilhaços de bomba na perna. Eu vi um policial militar jogar uma bomba em minha direção. Eu quase fui atingida na cabeça".

Foram dois momentos de confusão, com os policiais lançando bombas de gás e fazendo uso de spray de pimenta para conter apenas o lado dos torcedores.

O secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou que um aparecimento de uma bandeira nazista foi o estopim para o começo do confronto.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), disse que a PM agiu para manter a integridade física de manifestantes "dos dois lados".

"Eu cubro protestos há anos e nunca vi nada parecido. A quantidade de bombas lançadas foi impressionante".

Manifestantes protegeram PM

Thaís Haliski também flagrou com sua câmera o momento em que começou a segunda briga. Dois homens vestidos de roupas militares eram escoltados por um PM quando passaram pelo cordão de isolamento na altura do MASP.

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Manifestantes protegeram policial militar durante confronto na avenida Paulista
Imagem: Thaís Haliski/UOL

"O pessoal anti-Bolsonaro protegeu o policial militar, mas outros trocaram socos com os dois homens que estavam vestindo roupas militares e eram apoiadores do presidente".

Por conta da confusão, a estação de metrô Trianon/Masp, da linha 2-Verde, chegou a ser fechada por volta das 15h30, e duas das entradas de acesso à estação Consolação também foram bloqueadas. A situação foi normalizada apenas três horas após o começo do primeiro confronto.

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Briga entre manifestantes na avenida Paulista, neste domingo
Imagem: Thaís Haliski/UOL