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Alvo da PF por fake news diz que antifascistas são contrários à democracia

Militante ainda afirmou que grupos contrários a Bolsonaro levam armas a manifestações - Thaís Haliski/UOL
Militante ainda afirmou que grupos contrários a Bolsonaro levam armas a manifestações Imagem: Thaís Haliski/UOL

Do UOL, em São Paulo

01/06/2020 15h07

Um dos alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na última semana no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as fake news, o jornalista Bernardo Küster criticou os movimentos denominados antifascistas de ontem, em especial o que se reuniu na Avenida Paulista. Para ele, os manifestantes agem de acordo com aquilo que combatem.

"Falaram que aquelas manifestações foram pró-democracia. Não foram. Quebraram um monte de gente, esfaquearam o coronel Américo, bateram em velhinha, em policial, fizeram uma balbúrdia lá", disparou Bernardo em entrevista concedida hoje ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan.

Ele também afirmou que os antifascistas representam uma ameaça, pois atuariam armados. "O Bolsonaro disse em uma reunião ministerial fechada que queria a população armada para se defender de um governo autoritário. A população está desarmada e quem está armado é esse grupo 'antifa', os bandidos. E a população está ferrada em casa", opinou.

Respostas ao STF e defesa de Bolsonaro

Küster deu sua versão sobre o inquérito relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que gerou a apreensão de equipamentos eletrônicos em sua casa. Para ele, o STF está agindo de maneira ditatorial.

"No mandado contra mim, o Alexandre de Moraes diz que tem que buscar o celular, o computador da minha casa, baseado em alguns fatos. E não cita fato nenhum. Meu advogado não consegue acesso aos autos do processo. Como vou me defender se eu não sei se sou testemunha, réu, acusado, investigado, não sei de nada?", criticou. "Nem Deus não acusa. Ele chama o Diabo para nos acusar. Mas o STF, nesse caso, é vítima, acusador e juiz. Se isso não é uma atmosfera ditatorial no Brasil, não sei o que é."

Autodenominado bolsonarista, o jornalista também é um dos editores do site de Olavo de Carvalho, filósofo considerado guru do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Durante a conversa, ele defendeu o presidente acerca das possíveis intervenções sobre a Polícia Federal.

"Se tivesse interferência do Bolsonaro na Polícia Federal, você acha que os caras (policiais federais) teriam invadido minha casa? Se ele tivesse no controle da PF, você acha que ele deixaria a base de apoio dele na internet, que foi quem o ajudou a se eleger, se ferrar desse jeito, correndo risco de ir à prisão? Sei lá se pode dar um desacato se eu não for dar meu testemunho para a Polícia Federal", disse

"Para controlar as ações da PF, você precisa controlar juízes, um esquema inteiro. A PF não age sozinha, ela age provocada pelo Poder Judiciário. Então, o Bolsonaro teria que estar controlando o Judiciário também. Isso ninguém fala. É uma cadeia de comando que o Bolsonaro teria que estar controlando", concluiu.