Sem provas, advogado de Bolsonaro contesta PF e MPF em caso sobre facada
O advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Frederick Wassef, contestou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) em caso que investiga o atentado cometido por Adélio Bispo contra Bolsonaro, em 6 de setembro de 2018, quando ele ainda era candidato.
O MPF pediu o arquivamento provisório do segundo inquérito e concluiu que Adélio Bispo de Oliveira concebeu, planejou e executou sozinho o atentado à faca. A Polícia Federal também apontou o mesmo caminho.
Em entrevista à CNN Brasil, no entanto, Wassef voltou a dizer, sem provas, que Adélio Bispo não agiu sozinho e que foi cooptado por uma organização criminosa.
"Existe um fato e uma realidade: Adélio Bispo não agiu sozinho, Adélio Bispo não é louco. Adélio Bispo tentou assassinar Jair Bolsonaro. Ele foi cooptado por uma organização criminosa e o objetivo dele era assassinar Bolsonaro", disse ele.
Questionado se havia provas de sua afirmação, Frederick respondeu. "O fato da PF afirmar o contrário não quer dizer absolutamente nada. Podemos levar em conta que 97% dos inquéritos policiais no Brasil e investigações de crimes contra a vida não chegam a lugar algum e não apuram autoria. PF não é da competência dela apurar crimes contra a vida", afirmou ele, embora garanta que "em momento algum estou desqualificando ou atacando a imagem da PF".
"Jair Bolsonaro só não morreu por milagre divino", avaliou.
Então candidato a presidente, Jair Bolsonaro levou uma facada na barriga em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 2018. Adélio Bispo de Oliveira foi preso em flagrante.
Na ocasião, Bolsonaro foi levado às pressas para a Santa Casa de Juiz de Fora, foi atendido na urgência, passou por um exame de ultrassonografia e, em seguida, por cirurgia.
PF e MPF dizem que Adélio agiu sozinho
Há três semanas, a Polícia Federal já havia tido a mesma conclusão, de que Adélio agiu sozinho e sem mandantes para cometer o crime, segundo disse na ocasião à Reuters uma fonte com conhecimento direto sobre o relatório parcial do segundo inquérito que investigou o caso.
A conclusão parcial tanto da PF quanto do MPF contraria o que Bolsonaro tem dito em entrevistas públicas, de que outras pessoas tiveram envolvimento no crime. O presidente sempre se queixou das investigações do caso —no mês passado, por exemplo, defendeu novas apurações.
Apesar das conclusões do inquérito, o pedido de arquivamento enviado à Justiça Federal é provisório em razão de diligências que dependem de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para serem concluídas e que poderiam, em tese, revelar a existência de grupo ou pessoas no atentado.
Segundo a investigação, Adélio já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha foi programado — ou seja, não se deslocou até a cidade com o objetivo de cometer o crime.
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