Uma semana após confrontos, novos atos em SP ocorrem sem incidentes graves
Uma semana após atos a favor e contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) entrarem em confronto na Avenida Paulista, a capital foi palco de dois atos pacíficos que ocorreram em locais separados.
Com hino e orações, um pequeno grupo organizado pelas redes sociais se reuniu na Avenida Paulista a favor do presidente, propagando ofensas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), à imprensa e ao governador João Doria (PSDB). Com pouco mais de cem pessoas, o protesto também questionava as recomendações de distanciamento social da OMS (Organização Mundial da Saúde) para contenção da covid-19 e pedia a reabertura do comércio. "Queremos trabalhar" era um dos gritos frequentes.
Já no Largo da Batata, na Zona Oeste, cerca de 3 mil pessoas, segundo a PM (Polícia Militar) se reuniram sob organização pela Frente Povo Sem Medo, da qual Guilherme Boulos (PSOL) faz parte, e conta com a participação das torcidas organizadas, como o movimento Somos Democracia, formado por torcedores do Corinthians.
Havia muitas pessoas com faixas e bandeiras no local durante a tarde. Muitos discursos foram feitos, inclusive em carros de som, e manifestantes gritam ordens contra o presidente e o racismo, além de apoiarem a democracia. A Avenida Brigadeiro Faria Lima foi fechada no sentido Itaim Bibi.
No início da noite, o porta-voz da PM Emerson Massera confirmou que poucas ocorrências graves foram registradas. "As duas manifestações acontecem de maneira pacífica", disse à CNN. Em ambos os locais, os manifestantes passaram por revista da PM ao chegar e ao deixar as estações de metrô das regiões.
Dezessete pessoas foram detidas ao todo, alguns portando coquetéis molotov, galões de gasolina, bastões de madeira, garrafas e socos ingleses. "Se nós não tivéssemos tirado esses coquetéis molotov, essas madeiras, esse soco inglês... Muita coisa pior poderia ter acontecido. A polícia está ajudando a proteger as pessoas", afirmou à CNN o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM em SP.
Na Paulista, a reportagem testemunhou pequenos princípios de confusão, todos relacionados a críticos ao movimento que passavam pela multidão. Após a dispersão, Cavalaria, Força Tática e BOPE formaram uma barreira em frente à Praça do Ciclista.
Já em Pinheiros, o fim do ato passou por negociações entre a PM, observadores da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e manifestantes. Houve acordo para dois avanços do bloqueio final previamente acordado. Um pequeno grupo remanescente, de estimadas 200 pessoas, tinha a intenção de seguir até a Paulista, mas foi impedido por bombas de efeito moral e pela Tropa de Choque.
"A ideia é essa: as pessoas devem vir, podem vir para a rua e exercer seu direito. Pacificamente. A polícia já cedeu onde deveria ceder. Daí para frente, a gente não vê com bons olhos a atividade de querer subir para a região da Paulista. E quebrando vidraça, como aconteceu. É para proteger o cidadão e o patrimônio.", afirmou o coronel Álvaro Camilo.
Na barreira, ouviam-se gritos de "deixa passar a revolta popular". À tarde, na região da Rua dos Pinheiros, participantes impediram uma ocorrência de tentativa de vandalismo a uma agência bancária.
"Mortes nunca mais"
Uma grande faixa com a mensagem "Mortes Nunca Mais", em homenagem também a George Floyd, assassinado por um policial branco na semana passada nos Estados Unidos, foi aberta na Avenida Faria Lima pelas pessoas.
Em outro ato, pela manhã, médicos protestaram contra "desmonte na Saúde e escalada autoritária", na Avenida Doutor Arnaldo, em frente à Faculdade de Medicina da USP.
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