Bolsonaro é cobrado por apoiadores e ameaça: 'Vou acabar não parando aqui'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ser cobrado por apoiadores, hoje, ao deixar o Palácio da Alvorada e atender ao "cercadinho", onde costuma parar para conversar com seus eleitores. Ao ouvir o pedido de "empenho" de uma mulher e ouvir de um homem sobre "análises erradas" feitas pelo ministério da Saúde, ameaçou suspender as conversas.
"Olha, eu vou acabar não parando mais aqui, me desculpem... Eu não tenho o que fazer. Tem que procurar o ministério da Saúde", afirmou ele.
As cobranças de hoje
A primeira cobrança veio de uma mulher que se identificou como Marilda. Os apoiadores ficam num espaço dentro do Palácio da Alvorada - uma forma do presidente driblar a imprensa.
"Eu sou Marilda, do Riacho Fundo II [no DF], represento a comunidade. Nós temos 650 crianças que transitam na lama ou na poeira, nós temos uma emenda da [deputada] Celina Leão, tentei falar com o Marinho. O que eu preciso é que o empenho seja feito, presidente, pra gente conseguir", disse ela, referindo-se a Rogério Simonetti Marinho (PSDB-RN), ministro do Desenvolvimento Regional.
"Senhora, se eu for tratar assunto individualmente do Brasil todo, eu vou ser prefeito, e não presidente da República", afirmou Bolsonaro.
"Eu só preciso de um contato com o Marinho", pediu ela. O presidente respondeu: "Tem que tentar um contato com ele. Olha, são milhares de projetos, se todo mundo chegar aqui e chegar um projeto, eu vou ter três, quatro pedidos de agenda por dia com o Marinho e não está certo agir desta maneira."
Um outro seguidor falou com o presidente, que voltou ao tema: "Eu não posso ser um agenciador de agenda. Por favor, procure o ministério da Saúde".
Bolsonaro foi, então, cobrado novamente por um homem: "Nós já procuramos, mas lá na área finalista, onde chega nossos emails, o pessoal fez umas análises completamente erradas...".
Ao que Bolsonaro respondeu com a ameaça: "Olha, eu vou acabar não parando mais aqui, me desculpem".
Cobrança na semana passada
Na semana passada, uma mulher fez cobranças ao presidente por causa de sua postura diante da pandemia do novo coronavírus, no mesmo espaço.
Ela disse que votou em Bolsonaro nas eleições de 2018, mas que se sentia traída. Após cobrar o presidente em tom de desabafo, ela foi hostilizada por apoiadores no espaço reservado a eles dentro do Alvorada. Um cartaz que ela exibia, com números de mortos pela covid-19, foi recolhido. Na sequência, ela acabou sendo retirada por agentes de segurança.
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