PF e MP buscam protagonismo em investigação sobre atos antidemocráticos
Com a Operação "Lume", a Polícia Federal e o Ministério Público buscam retomar o protagonismo nas investigações que envolvem o núcleo do bolsonarismo no governo. Ao contrário do inquérito das fake news - em que o ministro do Supremo Tribunal Federal faz o papel de investigador, juiz e, por vezes, de promotor -, agora, a PF e o Ministério Público é que definem as linhas de apuração, as técnicas investigativas e fazem os pedidos ao Judiciário.
Segundo investigadores disseram ao UOL, os métodos da polícia nesse caso incluem técnicas e padrões de busca de fatos usados nas operações Lava Jato, Acrônimo e Zelotes. Policiais federais e procuradores dizem que, desta forma, podem quebrar o discurso do bolsonarismo de que a apuração das fake news tem sido ilegal.
O inquérito da "Lume" investiga a organização e financiamento de atos em favor da volta da ditadura e do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Promover ações contra a democracia é considerado crime no Brasil. A suspeita é que um dos vice-líderes do governo na Câmara, Daniel Silveira (PSL-RJ), teria participado do esquema.
Em 19 de abril, o próprio Jair Bolsonaro (sem partido) participou de um dos atos sob apuração, embora ele não seja investigado até o momento.
Dentro do Ministério Público, é criticada abertamente a forma como foi aberto e é conduzido o inquérito das fake news relatado por Moraes. Na PF, a crítica é reservada, mas nem por isso irrelevante. Agentes, delegados e peritos ficavam à margem das investigações e sequer conheciam o teor da apuração.
Para a PF, que mantém uma briga com o Ministério Público, a origem da intromissão do Supremo na atividade investigativa foi a derrota que tiveram em 2013, quando o STF julgou que a Procuradoria poderia fazer apurações criminais. Para um policial do caso, foi isso que fez o país chegar até o polêmico inquérito das fake news.
Mas, agora, a ideia é olhar para frente e, por isso a operação foi batizada de "Lume". Segundo a PF, isso reflete a ideia de jogar luz sobre os fatos sem se comprometer com teses da defesa, dos bolsonaristas, ou da acusação, representada pela Procuradoria Geral da República, de Augusto Aras.
Para o vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara Daniel Silveira (PSL-RJ), porém, a "Lume" da PF seria uma ação típica do inquisidor Tomás de Torquemada (1420-1492). Ele foi o principal alvo das buscas e apreensões realizadas nesta terça-feira em endereços do Rio de Janeiro e de Brasília,
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.