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Alvo de cassação, deputado diz que não excluirá vídeo em que ameaça antifas

24.abr.2019 - Deputado Daniel Silveira (PSL - RJ) - Plinio Xavier/Câmara dos Deputados
24.abr.2019 - Deputado Daniel Silveira (PSL - RJ) Imagem: Plinio Xavier/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

17/06/2020 16h45

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga o financiamento de grupos que promovem atos contra a democracia, afirmou que não vai retirar das redes sociais o vídeo em que ameaça antifas.

O aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) virou alvo de um pedido de cassação por parte da Rede, Psol e PSB no Conselho de Ética da Câmara após afirmar que atiraria em integrantes do grupo.

Silveira disse que não teve acesso ao pedido de cassação, mas não vê ameaça em sua fala. "Em nenhum momento eu tive objeto de fato, eles dizem que eu ameacei a me manifestar, eu não ameacei nada. O vídeo está lá e vai continuar lá", disse em entrevista para a CNN.

"Os antifas estavam literalmente partindo para a agressão. Isso não tem crime, o crime de ameaça é dizer: 'vou matar'. Deixo isso claro, se algum criminoso atentar contra minha vida, vou me defender."

Segundo ele, a motivação foi para a mensagem foi após vídeos chegarem até ele em que supostos antifas agridem pessoas.

"Então, a publicação foi minha opinião. Eu quis dizer: 'vai acontecer com alguém, e pode ser comigo também'. Eu não preciso explicar a vida real, quando um meliante vai para cima de alguém, ele vai se defender", disse para a CNN.

O deputado também criticou hoje o STF (Supremo Tribunal Federal) e o ministro Alexandre de Moraes.

"Não tenho a intenção de guerrear. Você não vai pegar uma arma para matar seu inimigo ideológico. O STF, por um ministro ou outro, está exagerando nas suas funções. O Alexandre de Moraes principalmente, ele não representa a magistratura. Ele representa a si próprio, extremamente vaidoso", opinou.

Ontem, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão por investigação sobre manifestações antidemocráticas. Foram alvos dirigentes da sigla que o presidente tenta fundar, o Aliança pelo Brasil, blogueiros, deputados e youtubers de direita. As ordens foram do STF e autorizadas no âmbito de um inquérito chefiado pelo ministro Moraes.

Depois, Moraes determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados federais e um senador da base de apoio a Bolsonaro no Congresso, ainda sobre os atos considerados antidemocráticos.