Bolsonaro se revolta com prisão de Queiroz e ignora apoiadores no Alvorada
Irritado com a prisão de Fabrício Queiroz, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou apoiadores que o aguardavam nesta manhã e passou direto pela portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da chefia do Executivo.
No local, o mandatário costuma parar todos os dias para conversar com seus seguidores. Hoje, no entanto, a expectativa foi frustrada.
Segundo interlocutores do governo, Bolsonaro se mostrou "revoltado" com a prisão de Queiroz, ex-assessor de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A prisão aconteceu em Atibaia (SP), na casa de Frederick Wassef, advogado do presidente e do senador.
O silêncio de Bolsonaro
Desde os primeiros meses de governo, em 2019, Bolsonaro criou o hábito de conversar com apoiadores na portaria do Alvorada. Raras vezes ele quebrou a tradição.
Mesmo em situações de tensão no noticiário, como nos conflitos entre o Executivo e o STF (Supremo Tribunal Federal), a queda do ex-ministro Sergio Moro e as crises na área da saúde durante a pandemia do coronavírus, o presidente não abriu mão de dar atenção aos seus seguidores.
Bolsonaro deixou o Alvorada por volta das 8h. A primeira agenda do dia está marcada para 10h: uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Nos últimos dias, o mandatário não tem dado entrevistas à imprensa pela manhã, mas vinha mantendo a rotina de atender aos questionamentos dos apoiadores no Alvorada.
Quem é Fabrício Queiroz
O ex-assessor Fabrício Queiroz passou a ser investigado em 2018 depois que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou movimentação financeira atípica dele, que é amigo do presidente desde 1984.
Policial reformado ele, que havia atuado como motorista e assessor do então deputado estadual, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O último salário de Queiroz na Alerj fora de R$ 8.517. Ele também recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio.
As movimentações atípicas, que vieram à tona num braço da Operação Lava Jato, levaram à abertura de uma investigação pelo MP do Rio.
Uma das transações envolve um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente se limitou a dizer que o dinheiro era para ele, e não para a primeira-dama, e que se tratava da devolução de um empréstimo de R$ 40 mil que fizera a Queiroz. Alegou não ter documentos para provar o suposto favor.
Em entrevista ao SBT em 2019, Queiroz negou ser um "laranja" de Flávio. Segundo ele, parte da movimentação atípica de dinheiro vinha de negócios como a compra e venda de automóveis. "Sou um cara de negócios, eu faço dinheiro... Compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro. Sempre fui assim", afirmou na ocasião.
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