Topo

Esse conteúdo é antigo

Defesa de F. Bolsonaro tem interesse em proteger Queiroz, diz ex-procurador

17.jun.2020 - Frederick Wassef, advogado do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante posse do ministro de Comunicações, em Brasília - Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
17.jun.2020 - Frederick Wassef, advogado do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante posse do ministro de Comunicações, em Brasília Imagem: Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

18/06/2020 14h36

O ex-procurador regional da República Carlos Fernando Lima afirmou hoje, em entrevista extensa à CNN, que a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tem interesse em proteger Fabrício Queiroz.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã de hoje em Atibaia, cidade do interior paulista, numa ação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo). Queiroz foi localizado e preso em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Flávio.

"Estar no sítio do advogado de uma das partes envolvidas é bastante sintomático", declarou o ex-procurador. "Fica claro que há um interesse da defesa de Flávio Bolsonaro de proteger Queiroz, isso é indício de que as investigações estão no caminho certo", disse.

"Prender Queiroz era necessário", afirmou.

Para Carlos Alberto Lima, muitas coisas serão reveladas com a investigação e ainda há muito a ser respondido. "Claro que existem muitos crimes, muitos atos de improbidade envolvendo parlamentares com 'rachadinha', mas creio que o principal que tem que ser aprofundado é a lavagem de dinheiro", defende.

O ex-procurador acredita que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) verá a investigação como um ataque pessoal. "Me parece que essa é a tradicional tentativa de defesa de todo político, tentar contaminar a investigação de elementos político partidários, de forma a se dizerem perseguidos", explicou.

"Creio, um bom advogado, diria não falem nada. Porque você podem estar se vinculando a algum tipo de tese. A manifestação mais comum vai ser de perseguição política mesmo."