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Prisão de Queiroz é peça para atacar o presidente, diz Flávio Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

18/06/2020 10h07Atualizada em 18/06/2020 12h47

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) se posicionou hoje sobre a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz em Atibaia (SP). Em sua conta no Twitter, o filho do presidente disse encarar com tranquilidade os acontecimentos e que o caso é "mais uma peça no tabuleiro para atacar Jair Bolsonaro (sem partido)".

"Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto", disse.

Eduardo Bolsonaro compartilha mensagem que sugere interesse em prisão

Também nas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) compartilhou uma publicação que sugere que há interesse por trás da operação que prendeu Queiroz.

A publicação traz uma lista de políticos, incluindo Flavio Bolsonaro, cujas movimentações financeiras levantaram suspeitas e diz que apenas Queiroz foi alvo da operação de hoje.

"Realmente é um fato, no mínimo, intrigante", escreveu Eduardo Bolsonaro ao compartilhar a mensagem.

Queiroz é preso

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã de hoje em Atibaia, cidade do interior paulista, numa ação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

Queiroz foi localizado e preso em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Flavio. Ontem, Wassef esteve na posse novo ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), que contou com a presença do presidente.

A prisão é preventiva, ou seja, sem prazo. Policiais também realizaram busca e apreensão no local.

Quem é Fabrício Queiroz

O ex-assessor Fabrício Queiroz passou a ser investigado em 2018 depois que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou movimentação financeira atípica dele, que é amigo do presidente desde 1984.

Policial reformado ele, que havia atuado como motorista e assessor do então deputado estadual, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O último salário de Queiroz na Alerj fora de R$ 8.517. Ele também recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio.

As movimentações atípicas, que vieram à tona num braço da Operação Lava Jato, levaram à abertura de uma investigação pelo MP do Rio.

Uma das transações envolve um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente se limitou a dizer que o dinheiro era para ele, e não para a primeira-dama, e que se tratava da devolução de um empréstimo de R$ 40 mil que fizera a Queiroz. Alegou não ter documentos para provar o suposto favor.

Em entrevista ao SBT em 2019, Queiroz negou ser um "laranja" de Flávio. Segundo ele, parte da movimentação atípica de dinheiro vinha de negócios como a compra e venda de automóveis. "Sou um cara de negócios, eu faço dinheiro... Compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro. Sempre fui assim", afirmou na ocasião.