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Queiroz cumpre isolamento em cela de 6m² com cama e chuveiro em Bangu

18.jun.2020 - Fabrício Queiroz (de boné), ex-assessor de Flávio Bolsonaro, chega ao IML (Instituto Médico Legal) em São Paulo, após ser preso em Atibaia - Nelson Almeida/AFP
18.jun.2020 - Fabrício Queiroz (de boné), ex-assessor de Flávio Bolsonaro, chega ao IML (Instituto Médico Legal) em São Paulo, após ser preso em Atibaia Imagem: Nelson Almeida/AFP

Do UOL, em São Paulo

19/06/2020 12h48Atualizada em 19/06/2020 15h46

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ) Fabrício Queiroz está em uma cela com seis metros quadrados com acomodação para repouso, chuveiro, vaso sanitário e pia, segundo nota divulgada na tarde de hoje pela Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) do Rio de Janeiro.

Queiroz está sozinho em uma cela no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, onde cumpre quarentena de 14 dias devido aos protocolos de segurança para evitar a propagação do novo coronavírus.

O ex-assessor foi preso na manhã de ontem em Atibaia (SP) em um imóvel que pertence ao advogado de Flávio e Jair Bolsonaro (sem partido) Frederick Wassef.

Em nota, a Seap informou que Queiroz passa bem e, assim como os demais detentos do sistema prisional do estado, recebe quatro refeições diárias: café da manhã, almoço, lanche e jantar.

Quem é Fabrício Queiroz

Queiroz já foi policial militar e é amigo do presidente Bolsonaro desde 1984. Reformado na PM, ele trabalhou como motorista e assessor de Flávio, então deputado estadual pelo Rio.

Queiroz passou a ser investigado em 2018 após um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicar "movimentação financeira atípica" em sua conta bancária, no valor de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Ele foi demitido por Flávio pouco antes de o escândalo vir à tona.

O último salário de Queiroz na Alerj foi de R$ 8.517, e ele teria recebido transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio. As movimentações atípicas levaram à abertura de uma investigação pelo MP (Ministério Público) do Rio.

Uma das transações envolve um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da hoje primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente, na época, se limitou a dizer que o dinheiro era para ele, e não para a primeira-dama, e que se tratava da devolução de um empréstimo de R$ 40 mil que fizera a Queiroz. Alegou não ter documentos para provar o suposto favor.

Em entrevista ao SBT em 2019, Queiroz negou ser um "laranja" de Flávio. Segundo ele, parte da movimentação atípica de dinheiro vinha de negócios com a compra e venda de automóveis.

"Sou um cara de negócios, eu faço dinheiro... Compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro. Sempre fui assim", afirmou na ocasião.