MP faz buscas em casas de parentes de Queiroz em BH, mas não acha esposa
Resumo da notícia
- Queiroz e esposa teriam ficado em casa de parentes em BH em 2019
- MP cumpre quatro mandados de busca e apreensão na capital mineira
- Casa que abrigou Queiroz seria de sua madrinha, que morreu recentemente
Membros do MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais), com apoio da Polícia Militar, realizaram na manhã de hoje buscas em quatro endereços de parentes de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em Belo Horizonte. O objetivo era encontrar a esposa de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, que está foragida. As buscas foram encerradas às 11h sem quem Márcia fosse encontrada.
Uma casa que pertenceria a dona Penha, tia e madrinha de Queiroz que morreu há poucos dias, foi um dos alvos da operação no bairro São Bernardo, região norte da capital mineira. O UOL apurou que o casal teria permanecido um período no local no ano passado. No imóvel de três pavimentos na rua Francisco Spino também ficam a casa do marido de uma prima de Queiroz e a residência de Leopoldo Queiroz, irmão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro —os endereços também foram alvo das buscas.
A operação foi realizada em parceria com o MP do Rio. Os quatro mandados são de busca e apreensão, mas Márcia Aguiar poderia ser presa caso fosse encontrada, por causa da ordem de prisão.
De acordo com um policial militar ouvido pela Rádio Itatiaia, primas e sobrinhas de Queiroz também moram no local. Uma mulher identificada como Kassia, uma das primas que moram na residência, seria muito próxima do casal.
Em entrevista à Globonews, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que só soube da operação na manhã de hoje. "Nossa polícia foi convocada somente para colaborar porque é uma instrução que vem de outro estado, do Ministério Público, onde não temos nenhuma participação. A polícia apenas colaborou nesta operação, não sei de mais detalhes", declarou.
Como funcionava a rachadinha, segundo o MP-RJ
Segundo o MP do Rio, a rachadinha ocorreu no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro entre abril de 2007 e dezembro de 2018.
Os promotores apontaram Queiroz como o operador financeiro de um esquema que movimentou mais de R$ 2 milhões no período, com a participação de ao menos 11 servidores, que repassavam 40% dos seus salários —média de R$ 15 mil por mês, segundo levantamento feito pelo UOL.
Flávio e Queiroz negam as acusações
Por meio de nota, Flávio disse ser vítima de uma campanha de difamação orquestrada por um grupo político, sem contudo dizer quem estaria envolvido. Ele alega inocência, garante que o patrimônio dele é compatível com os seus rendimentos e diz acreditar na Justiça.
O advogado Paulo Emílio Catta Preta contesta a prisão preventiva. Segundo ele, Queiroz estava colaborando com as investigações. Entretanto, ele faltou a depoimentos em 2018. Segundo o MP-RJ, forneceu endereço falso e ocultou o seu paradeiro, para obstruir as investigações.
A defesa de Queiroz entrou com pedido de substituição de prisão preventiva por prisão domiciliar, citando o tratamento a um câncer no intestino. Mas o pedido foi negado pela Justiça.
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