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Líder do governo na Câmara rechaça 'toma lá, dá cá' após encontro com PSC

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomou café da manhã hoje com senadores e deputados federais do PSC; para deputado Vitor Hugo (PSL-GO), encontro é parte de formação de base - @MajorVitorHugo/Twitter
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomou café da manhã hoje com senadores e deputados federais do PSC; para deputado Vitor Hugo (PSL-GO), encontro é parte de formação de base Imagem: @MajorVitorHugo/Twitter

Do UOL, em São Paulo

24/06/2020 16h22

Em mais um aceno aos partidos que formam o chamado centrão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reunião na manhã de hoje com deputados e senadores do PSC. No entanto, para o deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, o encontro não representa o chamado "toma lá, dá cá".

"Essas aproximações que o presidente Bolsonaro tem feito, que o Governo Federal tem feito, com partidos de centro são legítimas e até necessárias nesse momento que enfrentamos, da covid-19. O Governo Federal precisa dar respostas mais rápidas e organizadas, para que a gente continue salvando vidas e empregos", disse o deputado hoje, em entrevista à CNN Brasil.

Vitor Hugo ainda elogiou os parlamentares do PSC. "É preciso reconhecer, é um partido que, desde o ano passado, até por uma questão de alinhamento, sempre apoiou o governo", acrescentou.

De acordo com o deputado, a medida faz parte de uma tentativa da Presidência da República de "constituir uma base formal" e "diminuir tensões". O que não quer dizer que os partidos da base de apoio receberiam algo em troca, como cargos, caracterizando o "toma lá, dá cá".

"Agora, nada mais natural, quando o Governo decide constituir uma base formal, que o PSC integre essa base. Faz parte do contexto de diminuir tensões. Lógico, o presidente, o Governo Federal têm intenção de harmonizar o máximo, sem abrir mão das competências que são garantidas ao Poder Executivo, para que cada Poder possa exercer sua função sem adentrar o campo do Poder ao lado."

Vitor Hugo ainda fez referência a uma publicação do deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) no Twitter, comparando a movimentação de Bolsonaro na Câmara e no Senado com um jogo de xadrez.

"O Parlamento foi composto pela mesma eleição que elegeu o Bolsonaro. Seria muito bom se os 57 milhões de votos refletissem o apoio espontâneo que o Governo deveria ter. Teriam sido eleitos somente deputados que gostariam de apoiar o presidente. A realidade é que a composição da Câmara atual foi estabelecida nas eleições, e o presidente precisa lidar com as peças que estão no tabuleiro", disse o deputado do PSL-GO, prometendo punições para parlamentares da base aliada em caso de desvios de conduta.

"Nosso governo, ao contrário de outro, vai fazer questão de punir aquele indicado que faça o malfeito na ponta da linha. É muito diferente do 'toma lá, dá cá' do passado, em que havia compra criminosa de apoio político através de propina. Isso não vai acontecer no nosso governo."

Prorrogação do auxílio emergencial

Vitor Hugo ainda despistou a respeito da possibilidade de uma prorrogação do auxílio emergencial, pago pelo Governo Federal em três parcelas de R$ 600 reais durante a pandemia do novo coronavírus. O pagamento da terceira parcela só depende da sanção de Bolsonaro, segundo informou hoje o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

"Isso custa R$ 50 bilhões por mês. Ao lado da intenção de preservar vidas e empregos, temos uma preocupação com a economia, para que a recessão econômica que vamos enfrentar, que ela não se transforme numa depressão econômica", alertou o deputado.

"O presidente e a equipe econômica têm feito todos os cálculos. A intenção seria prorrogar o máximo possível, com valores próximos de R$ 600, mas temos uma limitação fiscal. É bonito fazer um discurso no plenário da Câmara, mas o Governo tem responsabilidade com o futuro", acrescentou.

O deputado afirmou não poder adiantar "como está pensando o Governo", mas assegurou que a base aliada irá defender o projeto, quando for anunciado.