Governo esvaziou combate à corrupção e ataca democracia, diz Dallagnol
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) que atua na Operação Lava Jato em Curitiba, disse hoje, em participação no UOL Entrevista, que as promessas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a campanha eleitoral "não corresponderam a atos em momentos seguintes".
Em conversa com o colunista do UOL Josias de Souza, Deltan reforçou que a Lava Jato nunca apoiou Bolsonaro ou qualquer outro candidato, mas que o "discurso anticorrupção não se traduziu em atos".
Esperávamos que tivesse um apoio ao pacote anticrime, mas ele foi drenado na parte anticorrupção. Esperávamos que tivesse um apoio a regra de prisão em segunda instância. Pelo contrário, vemos ataques à democracia e a imprensa como instituições.
Em sua avaliação, a decisão de mudar o entendimento sobre a prisão após segunda instância ajudou a diminuir o número de delações premiadas.
Ao mesmo tempo, o procurador relembrou denúncias feitas contra o atual governo. "Vemos ainda notícias de não só envolvimento em atos ilícitos, que devem ser melhor apuradas, mas de interferência em investigações. Ora, a interferência em investigações, seja para proteger amigos políticos, seja para perseguir inimigos políticos, abre uma brecha porque isso permite interferência em todas as investigações contra pessoas poderosas na República, quando essas investigações devem ser técnicas e devem seguir a lei", acrescentou.
Bolsonaro está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República após denúncia de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, de interferência no comando da Polícia Federal e em superintendentes estaduais da instituição.
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