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PSOL pede que Moraes inclua perfis apagados pelo Facebook em inquérito

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo - Rosinei Coutinho/STF
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Imagem: Rosinei Coutinho/STF

Do UOL, em São Paulo

09/07/2020 10h57

A bancada do PSOL protocolou na noite de ontem uma petição no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que o ministro Alexandre de Moraes inclua no inquérito das fake news os perfis que foram apagados pelo Facebook e que os responsáveis pelas contas sejam investigados. Moraes é o relator do caso no tribunal.

Ontem, a rede social deletou mais de 80 perfis — entre contas, páginas e grupos — ligados a integrantes do gabinete do presidente Jair Bolsonaro (sem partidos), dos seus filhos e aliados. As remoções ocorreram porque estas páginas empregavam ações vetadas pela plataforma, como o uso de contas falsas, envio de spam ou adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença online.

"Dada a gravidade dos fatos, solicitamos busca e apreensão de todas as provas e indícios nas investigações em curso que envolvam os fatos narrados na presente petição com a urgência que se faz necessária, diante da possibilidade de ocultamento e destruição de provas", afirma o documento enviado pelo partido ao tribunal.

Ainda na petição, o partido afirma que "com o objetivo de destruir reputações e atacar opositores políticos, é indisfarçável a participação de uma rede de Fake News, amplamente articulada, que ataca, difama e calunia, de forma sistemática e organizada, qualquer opositor democrático ao atual mandatário da República".

O inquérito tramita sob sigilo. As investigações, segundo Moraes, apontam para a existência de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notícias falsas, chamada de "Gabinete do Ódio", de acordo com depoimentos, e que seria articulada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Blogueiros, empresários e deputados bolsonaristas já foram alvo de operações de buscas dentro do caso. Na semana passada, Moraes prorrogou o inquérito por mais 180 dias.