Major Olímpio diz que "Bolsonaro compra partidos" para evitar impeachment
Poucos dias depois de ameaçar deixar o PSL caso o partido se reaproxime do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Major Olímpio (PSL-SP) voltou a criticar o presidente pelas supostas conversas com o antigo partido. "Bolsonaro está comprando os partidos para não ter votação pelo impeachment", afirmou em entrevista à revista "Época".
No final de semana, o senador ameaçou deixar o PSL ao tomar conhecimento de uma conversa entre Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar. Bolsonaro foi eleito em 2018 pelo partido, mas deixou a legenda no ano passado para tentar criar outro, o Aliança Pelo Brasil.
Na entrevista, Olímpio diz que as conversas entre Bolsonaro e Bivar seriam para "disponibilizar cargos para o partido numa ação conduzida pelo vice-presidente do partido, Rueda, o senador Flávio Bolsonaro e o líder do governo na Câmara, (Felipe) Francischini".
"O presidente saiu do partido arrebentando o Bivar e cada um de nós, fazendo com que a opinião pública pensasse que o partido era um antro de criminosos quando, na verdade, eram os filhos dele, ele mesmo e advogados inescrupulosos que estavam querendo se apoderar do partido por questões financeiras. (...) Convenceram o Bolsonaro a ir atrás do Bivar e ele está buscando o PSL da mesma forma que buscou aproximação com outros partidos recentemente", afirmou o senador.
Ele ainda questionou o motivo de nomes como Eduardo Bolsanaro, Carla Zambelli, Bia Kicis ainda estarem no PSL, "partido que acusaram tanto", e, hoje, disse não se ver parte da legenda.
"Eu me sinto fora do partido. Eu vi o próprio presidente e seus filhos acusarem o partido de ser laranja enquanto o maior laranja do PSL continua ministro do Turismo", disse, em referência ao ministro Marcelo Álvaro Antônio, investigado por suspeita de liderar um esquema de candidaturas laranjas dentro do PSL. Ele nega.
Major Olímpio afirmou ainda que desistiu "de futuro político". "Me desencantei com a política. Essa decepção que estou sentindo hoje vai ser a do povo brasileiro. É questão de tempo. Eu nunca pude supor que esse negócio do (Fabrício) Queiroz. Ele era o diretor financeiro de uma holding familiar dos Bolsonaro. Basta o Queiroz abrir a boca e o Brasil vai ficar abismado com as coisas".
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