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O pior tipo de criminoso é o policial que muda de lado, diz Major Olimpio

Do UOL*, em São Paulo

18/06/2020 15h20

Em uma semana em que ocorreu uma série de casos de violência policial em São Paulo, o senador Major Olimpio (PSL-SP), que é oficial da reserva da Polícia Militar paulista, afirmou em entrevista ao UOL Entrevista que a polícia do estado é bem preparada, no entanto, pontua que o pior tipo de criminoso é o agente que "muda de lado".

"O João Doria (PSDB) sucateou a Policia Civil, mas eles têm um selo muito grande. Agora, o pior tipo de criminoso é o policial que muda de lado. Ele que, com uma farda, uma carteira, um jaleco, barbariza uma cidade, uma região. Nós não somos complacentes com o erro", afirmou em entrevista ao colunista Tales Faria.

Ele citou que "quem prende o mau policial é o bom policial. Nós não aceitamos o mau policial. Quem prendeu o policial nessa morte do menor [Guilherme Silva Guedes, de 15 anos]? A corregedoria, o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil", disse. Ontem a Corregedoria deteve o sargento Adriano Fernandes de Campos, 41, que teria envolvimento no caso.

"Vivemos nesse limite de vida e morte. Fui policial na zona sul de São Paulo. Sei o que é o tiroteio, gente atirando. Fui na casa de gente que morreu, a mãe, o pai, a mulher, os filhos já sabem que é para avisar que morreu. Não tem lugar do mundo que mata mais polícia que no Brasil", apontou.

Ele citou que há erros pontuais, desde o medo do policial na situação, que, por medo ou imprudência, faz um disparo errado, agride ou sai da linha do policial.

"A PM de SP, que tem 90 mil homens, ela faz 37 milhões de intervenções por ano, desde uma abordagem até uma operação de bloqueio, até um entrevero policial que possam ter pessoas feridas. Nós já enterramos neste ano 12 policias mortos em confronto, o último agora no sábado, no Vale do Paraíba, ferido com um tiro na cabeça", afirmou o major.

"O erro de conduta existe em qualquer lugar do mundo e em qualquer atividade. Em uma turma de médico, você vai ter uma clínica de aborto clandestina. Você tem advogados que são brilhantes até virar pombo-correio de facção criminosa. No serviço policial, eu digo com tristeza que também ocorre."

*Texto de Anaís Motta, Emanuel Colombari e Luís Adorno. Produção de Diego Henrique de Carvalho