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Deputada que chamou pandemia de 'pânico social' é diagnosticada com covid

Paula Belmonte leu um discurso com olhos vendados em tribuna no plenário da Câmara - Reprodução/TV Câmara/YouTube
Paula Belmonte leu um discurso com olhos vendados em tribuna no plenário da Câmara Imagem: Reprodução/TV Câmara/YouTube

Do UOL, em São Paulo

11/08/2020 18h59

A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) anunciou hoje, em rede social, ter recebido diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Ela está internada no hospital DF Star, em Brasília, e apresenta sintomas leves.

"A deputada federal Paula Belmonte testou positivo para covid-19 nesta terça-feira (11) e está internada no hospital DF Star, com sintomas leves, similares a gripe. O marido, Felipe Belmonte, deu entrada na mesma unidade e teve alta hoje, com melhora no estado de saúde", diz a nota publicada no Twitter.

Em abril deste ano, Paula minimizou a pandemia de covid-19 em reunião virtual da comissão instaurada na Câmara para discutir o novo coronavírus. Ela disse na ocasião que o Brasil deveria se comparar à Índia e não à Europa.

"A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, é um país que culturalmente eles comem com a mão. Grande maioria das pessoas, isso não depende da classe social, isso é algo cultural deles. Eles também têm um país que a cultura deles fazem [sic] com que eles se beijem, se abracem. E os números não crescem. Por que será? Então eu vejo que temos que olhar a nossa realidade com países também que são aglomerados que nem os nossos. E também não trazer esse pânico social", declarou.

Na data da reunião, a Índia registrava 12,4 mil casos e 423 mortes. O Brasil, então sexto país mais populoso, tinha 29 mil casos e 1,7 mil mortos. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, consultados na tarde de hoje, a Índia já é o terceiro país com maior quantidade de diagnósticos (2.268.675 casos), atrás apenas de Brasil e EUA. O número de mortos no país chegou a 45.257.

Ozonioterapia

Paula também apresentou um projeto de lei para permitir a ozonioterapia como tratamento para a covid-19. No projeto, ela admite que "ainda não há qualquer evidência científica relacionada à efetividade da ozonioterapia na prevenção ou tratamento para o coronavírus". O procedimento ficou conhecido após o prefeito de Itajaí (SC) anunciar que pretendia implementar a aplicação de ozônio no município como forma de tratamento.

O CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou, em 2018, uma resolução que só permite o uso da ozonioterapia em caráter experimental. O presidente do conselho, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, chegou a sinalizar que médicos que adotarem o procedimento podem ser punidos.