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Único ato foi contrariar interesses de delator, desabafa Witzel nas redes

28/08/2020 - Wilson Witzel (PSC-RJ) faz pronunciamento após ser afastado do cargo de governador do Rio de Janeiro - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
28/08/2020 - Wilson Witzel (PSC-RJ) faz pronunciamento após ser afastado do cargo de governador do Rio de Janeiro Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em Brasília

30/08/2020 11h44

Dois dias após ser afastado do cargo de governador, Wilson Witzel (PSC) fez um desabafo nas redes sociais. Ele disse que seu único ato junto ao Instituto Unir Saúde foi contrariar os interesses do delator e ex-secretário de Saúde Edmar Santos.

"Ainda nem deu tempo para a defesa provar que o único ato praticado por mim em relação à Unir contrariou interesses espúrios do delator, mas já fui punido com o afastamento do cargo. Tão logo soube das irregularidades, afastei os envolvidos", escreveu em seu perfil no Twitter.

Witzel acusa o ex-secretário e delator de ser corrupto e diz que foi traído.

"Passarei o domingo trabalhando na minha defesa, que, infelizmente, está sendo cerceada. Estou sendo linchado politicamente por contrariar interesses poderosos. Não descansarei até demonstrar que fui enganado e provar minha inocência", escreveu Witzel.

Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), Witzel recebeu R$ 554 mil em propinas. Entre agosto de 2019 e abril deste ano, seriam R$ 274 mil. Para isso, contou com o apoio da esposa e do advogado Lucas Tristão, ex-secretário e braço-direito de Witzel.

Segundo o MPF, o dinheiro foi pago pelo empresário Mário Peixoto, que está preso, com o auxílio de quatro pessoas. Em troca, o governador permitiu que o Instituto Unir Saúde recuperasse sua qualificação para atuar no governo.

Entre março e maio, houve mais R$ 280 mil em propina pagas em quatro ocasiões, segundo a PGR. Ainda segundo a promotoria, esses valores foram repassados pelo empresário e ex-prefeito de Volta Redonda (RJ) Gothardo Lopes Netto, também denunciado e preso na operação de sexta-feira (28).

A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou o governador afastado do Rio, a primeira-dama Helena Witzel, e outras sete pessoas por corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro.

A promotoria diz que o governador se utilizou do cargo para montar uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 500 mil em propinas pagas por empresários da saúde ao escritório de advocacia de sua esposa.