Procuradoria pede que MP apure se Crivella cometeu crime eleitoral
A PRE-RJ (Procuradoria Regional Eleitoral) pediu que a Promotoria Eleitoral apure se o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), cometeu algum ilícito eleitoral no uso de servidores comissionados da prefeitura para cercear a cobertura da imprensa em unidades de saúde.
A determinação foi assinada pela procuradora regional eleitoral Silvana Battini. Segundo ela, Crivella, que é pré-candidato à reeleição, pode ter cometido abuso de poder político e conduta vedada.
"A Procuradoria Regional Eleitoral pediu que a Promotoria Eleitoral avalie se ficou configurado abuso de poder político e/ou conduta vedada, tendo em vista o potencial impacto no processo eleitoral próximo", afirmou Silvana Batini. "O Ministério Público Estadual teve uma atuação rápida na área de combate ao crime, mas entendemos conveniente analisar a questão também sob a ótica eleitoral."
O caso será distribuído para um promotor eleitoral do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e avaliará se há elementos para abrir uma investigação.
Nesta segunda-feira (31), a TV Globo revelou que Marcos Luciano, um dos mais próximos assessores do prefeito, organizava uma rede de funcionários comissionados que batem ponto na porta de unidades de saúde com o objetivo de hostilizar jornalistas que fazem reportagens sobre problemas na saúde e inibir críticas de pacientes.
Os envolvidos prestam contas de suas atividades em três grupos em aplicativos de mensagens, um deles batizado como "Guardiões de Crivella". O próprio prefeito é um dos administradores do grupo, e, segundo o UOL apurou, já adicionou participantes.
Secretários municipais, membros do segundo escalão do governo e dirigentes de órgãos públicos também fazem parte do grupo.
Prefeitura fala em 'manipulação'
Em nota divulgada hoje, a Prefeitura do Rio afirmou que a notícia é uma "manipulação". Ontem, no entanto, o governo municipal não negou a existência do grupo de Whatsapp.
"Essas mentiras colocaram a saúde das pessoas em risco, porque muitas poderiam deixar de procurar a unidade por acreditar nas notícias falsas", diz um trecho da nota.
A defesa do assessor Marcos Paulo de Oliveira Luciano, que prestou depoimento à polícia na tarde de hoje, não foi localizada pela reportagem.
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