Mourão diz que Bolsonaro ainda não o chamou para ser vice em 2022
O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), disse hoje à rádio Gaúcha que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não o convidou para ser vice novamente em uma possível reeleição da chapa nas eleições de 2022. Porém, Mourão destacou que se for chamado, ele será candidato de novo.
"Uma vez convidado pelo presidente Bolsonaro para permanecer junto com ele, serei candidato [a reeleição]". Ao ser questionado em seguida sobre se o convite já teria ocorrido, Mourão respondeu que não: "Todavia no, como diz em castelhano."
Após a resposta do vice-presidente, os jornalistas da rádio comentaram acerca da possibilidade do atual presidente chamar outro candidato para vice na eleição de 2022 devido a aproximação dele com políticos de outros partidos. Como resposta, Mourão disse que é melhor "aguardar o futuro".
"Pois é, então temos que aguardar o futuro. Lembrando uma frase do grande filósofo Dino Sani, que foi técnico do Internacional de Porto Alegre: 'em futebol se ganha, se perde, ou se empata'."
Desmatamento
O vice-presidente disse que a meta até o final do mandato do seu governo, em 2022, é obter os índices de desmatamento abaixo das médias históricas do país e pontuou que o aumento da exploração da Amazônia ocorreu em governos do PT (Partido dos Trabalhadores).
"Nós temos que lembrar o seguinte: essa questão de desmatamento veio aumentando desde 2012. O auge do desmatamento, de queimada no Brasil foi em 2004, no governo do presidente Lula. Naquele momento a ministra era a Marina [Silva], se fez um planejamento e houve uma redução significativa".
E completou: "A partir de 2012, com a crise fiscal já batendo na porta, já governo Dilma Rousseff, se inicia o aumento dessas ilegalidades que tiveram um ápice no ano passado. A nossa meta qual é? Chegarmos ao final de 2022, ou seja, ao final desse mandato do presidente Bolsonaro, com índices de desmatamento e queimada abaixo das médias históricas."
Para Mourão é necessário usar uma área denominada como "arco da humanização" na Amazônia para desenvolver projetos de regerar áreas degradadas, reflorestar áreas e conceder a propriedade da terra a pessoas assentadas no local para que elas "não precisem derrubar árvores".
"Nós temos que melhorar essa produtividade, regenerar áreas que foram degradadas e conceder o título de terra para as pessoas que estão assentadas lá [na Amazônia]. Gente que foi assentada pelo governo há mais de 40 anos e que até hoje não tem o seu título de terra. Com isso, eles terão acesso a financiamentos, a assistência técnica rural e aí aumentar a produtividade, ganhar mais, ter mais renda e não vai precisar derrubar uma árvore a mais por causa disso."
Inpe e Ministério do Meio Ambiente
Mourão ainda criticou — sem dar maiores detalhes — a forma como os números de desmatamento e queimadas são tratados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"O problema [do Inpe] é a forma como o número é tratado. Esse que é o grande problema. Nesse mês de agosto, e é o dado do INPE, comparando com agosto do ano passado, temos 20% a menos de desmatamento. Ano passado foi em torno de 1.600 km, esse ano ficou em 1.200 km, ou seja, 400 km a menos", destacou Mourão.
O vice-presidente também ressaltou a necessidade de se criar uma "lei geral do meio ambiente" que impeça e dificulte o trabalho governamental na atuação contra desmatamento e exploração dos recursos naturais.
"Ainda precisamos ter uma lei geral do meio ambiente que até hoje o Governo Federal não estabeleceu isso e, como consequência, nós temos várias legislações estaduais e municipais que são conflitantes. Isso tudo precisa ser solucionado. Então são questões dessa natureza que o ministro [Ricardo Salles] se referiu [na reunião ministerial de 22 de abril], mas não só a pasta dele, ele se referiu a outras pastas que necessitam uma modernização, uma vez que nós temos um excesso de regulamentação e burocracia que termina por dificultar o trabalho do governo.
A reunião ministerial de 22 de abril citada por Mourão foi marcada, entre outros, pela fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que afirmou que aquele seria um bom momento para "passar a boiada" em regras de proteção ambiental, simplificar normas "de baciada" e aprovar reforma "infralegais" já que a imprensa estaria focada na cobertura do novo coronavírus.
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